"Mitologia Brasileira".
O Jovem Oripê.
Tupã descansava, em uma nuvem, enquanto isto observava, a floresta. De repente, viu um veado galheiro, que prendeu seus cifres em cipós. Mandou, imediatamente, Caapora, ou Caipora, para desatá-lo, antes que alguma onça, o encontrasse, e hoje não era o seu dia. Feito isto, voltou os olhos para a queda d’água. Onde indiozinhos, brincavam, ao lado da cachoeira. Havia uma pedra muito branca, em forma de bandeja, ali deitado estava um indiozinho. Causou curiosidade, em sua divindade, a aproximação, de outro garoto de maior tamanho, quase o dobro do indiozinho. A pedra, é minha, saí!, daí gritou. O indiozinho, levantou, ficando em pé no meio da pedra. Esta pedra é minha, e nem Tupã tira eu daqui! Como o atacante estava molhado, e o indiozinho, bem posicionado, foi fácil fazer com que o outro escorregasse e fosse parar na água, perdendo a vontade de brigar. Mas Tupã queria, e fez a pedra inclinar jogando Oripê, nas águas geladas. O pequeno Oripê nadou até as margens, onde ficou de pé e sacou sua faca. Você pegou o grande Oripê distraído, venha agora, o poderoso Oripê vai lhe mostrar o que acontece com quem brinca com um índio Tupi. Quando Tupã se levantou e o céu começou a escurecer, os indiozinhos correram, só ficou Oripê, Trovões e ventos começaram... mas uma vós suave se ouviu. Que índio terrível é este que conseguiu fazer um Deus perder a paciência? Seria Cunhambebe? O colecionador de cabeças? Ou os Tapuias raivosos?Um sorriso aflorou aos lábios de Tupã, e o sol voltou a brilhar. Como ele consegue? Ainda é um beija flor. E parece um Caracará, um gavião! Por isto gosto dele. Oripê, sem pai, sem mãe, adotado pela floresta e pelos deuses, sempre conseguia o que queria, sua rebeldia, era seu cartão de visita e suas armas. A destreza do macaco, a força do búfalo, mas a inteligência de uma palmeira caída. Vencia por ser obstinado e não o melhor. Sentado à beira de um pequeno riacho, lavava as feridas, feitas por um porco do mato. Estava distraído e ficou com muito sono; - Olá guerreiro! Ainda com sono viu saindo das águas a mais formosa de todas as índias. O guerreiro valente ainda está bravo? :- Eu não estou bravo. :- Sim está, atenção, dificilmente vou poder falar com você. Ouça. Todas as crianças órfãs são adotadas pelos deuses. Você teve sorte foi adotado por todos principalmente Tupã, ele te adora, mas você o desafia, e numa luta entre os dois meu guerreiro, você não teria chance. Veja quantas cicatrizes, não precisa tudo isto, não vá contra, caminhe com ele, e sua fortuna crescerá. Não preciso de ninguém. Então guerreiro, prepare teu corpo, porque ele sofrerá muito, até você achar o caminho. Onde está você? Ela foi embora? Como é bonita. Venha aqui, você vai ser minha mulher, vai carregar minha caça. Observando de longe a deusa ria, meu filho viverá muitas luas. Então eu vou carregar sua caça? E desapareceu. Oripê devia ter dezenove para vinte anos, seu corpo bronzeado, parecia que foi malhado em forja. Era todo, músculos, força, e ousadia. Para arrumar esposa precisava muita caça muitas peles, mas várias da tribo se propunham a ir com ele nadar na lua cheia, e depois fugir, para morar no mato como ele fazia. Ele era criança, ainda, imaturo, gostava de rir, com as mulheres, mas não queria ficar com ninguém, em sua responsabilidade, a não ser aquela da água. Era a deusa, mal sabia ele que era sua mãe.
OripêMachado.
Veneno de Cobra.