Não sabe o que está perdendo
Você não sabe o que está perdendo até o dia em que deixa de repetir o passado – até o dia em que as suas escolhas são feitas mais por consciência do que por tradição. Quando acredita que não é por alguma coisa ter dado certo um dia que ela precisará ser reproduzida até o fim dos tempos. E já não teme fazer opções diferentes e pouco populares.
Você não sabe o que está perdendo até o dia em que deixa de ser radical – até o dia em que admite ter se equivocado em muitas das suas opiniões mais fortes. Quando não usa mais a sua personalidade como justificativa para continuar pensando do mesmo jeito por toda a vida. E descobre que teria sido melhor pensar diferente desde o início.
Você não sabe o que está perdendo até o dia em que faz algo pela primeira vez – até o dia em que resolve se arriscar e fazer coisas que não combinam com você. Quando reconhece que estava cheio de manias, regras, preconceitos e achismos que não correspondiam à realidade. E se dá conta de como pode ser enriquecedor mudar de opinião.
Você não sabe o que está perdendo até o dia em que deixa de viver com medo – até o dia em que não apenas viaja de avião como senta à janela e olha para baixo. Quando toma consciência de tudo aquilo que já deixou passar simplesmente porque havia risco de não dar certo. E então se abre às novas possibilidades que a vida lhe oferece.
Você não sabe o que está perdendo até o dia em que começa a achar possível – até o dia em que não enxerga mais as circunstâncias como limite para o que acredita. Quando percebe que aquelas frases clichês de otimismo escondem verdades que só são aprendidas pela experiência. E passa a considerar a possibilidade de retomar velhos objetivos.
Você não sabe o que está perdendo até o dia em que se senta em outra cadeira, toma café em outra xícara, inverte a ordem de colocar comida no prato, sai do conforto e da rotina – até o dia em que deixa de ver as coisas da maneira que sempre viu.