FATORES IMPONDERÁVEIS (eleição presidencial 2014)
( em 13 de agosto morre Eduardo Campos, candidato a presidente da República, vítima de um acidente aéreo)
Eleição tem que ter emoção, aliás, tudo o que apela ao público tem, necessariamente, um lado passional, inegável. Considerando-se que diante ao universo eleitoral poucos os que irão às urnas o farão por convicção amadurecida, ideológica, o universo a ser trabalhado pelos marqueteiros é imenso em possibilidades. Uma tragédia no enredo não é desprezível, o luto gera solidariedade, santifica a vítima, que, sob a comoção, vira mito no ideário coletivo. Nesse quesito a herança da vice pode alterar a rota nas pesquisas eleitorais, pelo menos em momentos iniciais. Dilma era, até então, a única mulher na disputa ( não considerando a candidata do PSOL),num contingente de mais eleitoras que eleitores, além do recall da eleição de 2010 que rendeu à Marina expressivos 20 milhões de votos. Eduardo Campos pretendia ser a 2 via, a opção diante à polarização entre o PT e o PSDB, embora seu discurso não apontasse uma alternativa segura, como aliás, Marina também padece do mesmo mal. Entre Aécio e Campos sobressai o discurso oposicionista, nos remetendo a um modelo ortodoxo na condução da economia, coisa de triste lembrança, com contenção de investimentos e uma visão monetarista guindados antes pela Reação a uma política que alternativa à mesma. Como convencer os eleitores que temos que frear investimentos, aumentar as taxas de juros (selic) para contermos a indesejável inflação? Juros altos significa menos recursos à disposição dos empresários, ou mais caros, redução no consumo, retração no mercado, tendo como consequências: arrocho salarial e desempregos. As centrais sindicais e movimentos sociais organizados já perceberam os riscos dessa aposta recessiva, tanto que as maiores centrais de trabalhadores, senão todas, estão com Dilma, e não com seus adversários.O fato é que os candidatos oposicionistas têm discursos palatáveis ao momento e ao público específico, tentando agradar a todos, porém, como toda proposta generalista, passível de serem superficiais, em substância ou realidade factível, tão ao gosto dos sedutores de ocasião. Se temos um resultado anêmico no crescimento do PIB, as economias mais desenvolvidas não estão nadando de braçadas, experimentando a ressaca de uma crise mundial histórica. Em um mundo globalizado todos padecem as consequências conjunturais dominantes, ensejando análises macro para nos situarmos na economia doméstica. Para a galera acostumada às paixões novelescas, resta saber se a comoção da tragédia será suficiente para guindar Marina a um possível 2 turno, ou se o balão esvazia antes das eleições de outubro. Aécio é jovem, pode esperar,isso se o PSDB de São Paulo não o engolir antes....