Respostas do Ontem para Barbacena de Hoje
Parte 1
O presente texto é um estudo que toma como bússola o livro de SAINT-HILAIRE – Viagem Pelas Províncias do Rio de janeiro e Minas Gerais. E tem como meta uma direção que passa pelos seguintes itens que serão publicados aos poucos para não cansar o leitor com riquezas de detalhes – serão gotas homeopáticas de conhecimento esclarecedoras sobre nosso município e região circunvizinha:
O ontem tem alguma importância: o auxílio da Psicologia e da Psiquiatria; A herança que Barbacena recebeu; O descaso e a indolência perpassam o imaginário barbacenense; A surpresa de Saint-Hilaire com Barbacena: Flores e Prostituição; O teatro em Barbacena que Saint-Hilaire vislumbrou; O social é marcado pelo religioso na Barbacena oitocentista.
A – O Ontem Tem Alguma Importância: o auxílio da Psicologia e da Psiquiatria
A Psicologia e a Psiquiatria são ciências médicas que ao tratar seus pacientes lhes fazem resgatar o seu passado para diagnosticar seus males e as possibilidades de cura. O passado do paciente é importante por isto: quer resgatar naquele o sujeito histórico analisando o seu passado para que ele tome consciência de seu Eu - identidade.
Se pensarmos que uma cidade é um coletivo de sujeitos históricos é certo que seu passado deve ser resgatado para que ela, a cidade, não seja mero paciente que sofre de melancolia com seu saudosismo peculiar e que nada resolve. Conhecer o passado é analisar possibilidades de cura para o presente.
O passado já foi pensado de diversas maneiras.
Pensou-se que ele, quando levantado, abordado, serviria para perpetuar o poder das elites: líderes, sacerdotes e guerreiros. Escreviam-se suas crônicas e narrativas exaltando seus nomes como modelos a serem copiados. Era esta a função de escribas mantidos pelo Estado Elitista.
Desta premissa surgiu a proposta metodológica e sistemática de se fazer ou evidenciar os heróis. Nascia o Positivismo com Auguste Conte. Nascia a Sociologia, Antropologia e a História como Ciências Humanas.
Não demorou muito para se perceber que os processos eram mais profundos que os Fatos pensados linearmente em Causas, Desenvolvimento e Consequências.
Depois se pensou que não havia Fatos isolados, mas sim Processos Históricos. Estes Processos surgiram dos conflitos entre classes e tudo dependia da dinâmica da Estrutura e Superestrutura. Efetivava-se a História como Ciência Humana e nascia a Economia e Filosofia Moderna com Karl Marx.
O Ser Humano é indivíduo e é Sujeito e não mero objeto dos acontecimentos. Cada um possui a sua História de vida e o seu Imaginário. A Psicologia e a Psiquiatria, além de enfatizar a importância do passado para o humano se entender, resgata a possibilidade de o imaginário de cada indivíduo se assemelhar ao do outro de tal forma que este imaginário se torna coletivo: de uma classe, de um segmento social, de uma etnia. O Imaginário se inter-relaciona e faz surgir a ideia da Cultura: a cultura de um povo e de uma época.
A História é muito mais que narração ou narrativa, é muito mais que fatos e processos, a História é também o que se passa no Imaginário e o que o indivíduo, uma classe, um segmento social imaginava. E que entende o modo de se fazer e pensar de uma sociedade em uma época e como isto interfere nos dias de hoje. História é muito mais que relatos que se passou, pois muito deste imaginário formou o Atavismo, o modo de ser que uma sociedade possui hoje. Isto porque a História é a Ciência do presente que busca no passado respostas para explicar a economia, a sociedade e o modo de ser daqueles que vivem o presente.
A História é escrita e reescrita, porque em cada época ela apresenta respostas diferentes e diversificadas conforme for cada olhar que se fizer no passado.
Os problemas, as dúvidas e as interrogações serão diferentes conforme o modo de se perguntar, de se ver, de se pensar, de se agir, de se comportar do grupo que se quer analisar. A História é um laboratório que não se esgota, acrescenta-se à medida que o tempo cronológico avança. Este tempo é mais rápido que o Tempo Histórico que avança nos passos lentos das mudanças, evoluções, revoluções e retrocessos provocados pelos indivíduos sociais, pelas classes e segmentos de uma sociedade. Conforme o atavismo reaparece.
O que o passado responde sobre o presente de Barbacena?
Parte 1
O presente texto é um estudo que toma como bússola o livro de SAINT-HILAIRE – Viagem Pelas Províncias do Rio de janeiro e Minas Gerais. E tem como meta uma direção que passa pelos seguintes itens que serão publicados aos poucos para não cansar o leitor com riquezas de detalhes – serão gotas homeopáticas de conhecimento esclarecedoras sobre nosso município e região circunvizinha:
O ontem tem alguma importância: o auxílio da Psicologia e da Psiquiatria; A herança que Barbacena recebeu; O descaso e a indolência perpassam o imaginário barbacenense; A surpresa de Saint-Hilaire com Barbacena: Flores e Prostituição; O teatro em Barbacena que Saint-Hilaire vislumbrou; O social é marcado pelo religioso na Barbacena oitocentista.
A – O Ontem Tem Alguma Importância: o auxílio da Psicologia e da Psiquiatria
A Psicologia e a Psiquiatria são ciências médicas que ao tratar seus pacientes lhes fazem resgatar o seu passado para diagnosticar seus males e as possibilidades de cura. O passado do paciente é importante por isto: quer resgatar naquele o sujeito histórico analisando o seu passado para que ele tome consciência de seu Eu - identidade.
Se pensarmos que uma cidade é um coletivo de sujeitos históricos é certo que seu passado deve ser resgatado para que ela, a cidade, não seja mero paciente que sofre de melancolia com seu saudosismo peculiar e que nada resolve. Conhecer o passado é analisar possibilidades de cura para o presente.
O passado já foi pensado de diversas maneiras.
Pensou-se que ele, quando levantado, abordado, serviria para perpetuar o poder das elites: líderes, sacerdotes e guerreiros. Escreviam-se suas crônicas e narrativas exaltando seus nomes como modelos a serem copiados. Era esta a função de escribas mantidos pelo Estado Elitista.
Desta premissa surgiu a proposta metodológica e sistemática de se fazer ou evidenciar os heróis. Nascia o Positivismo com Auguste Conte. Nascia a Sociologia, Antropologia e a História como Ciências Humanas.
Não demorou muito para se perceber que os processos eram mais profundos que os Fatos pensados linearmente em Causas, Desenvolvimento e Consequências.
Depois se pensou que não havia Fatos isolados, mas sim Processos Históricos. Estes Processos surgiram dos conflitos entre classes e tudo dependia da dinâmica da Estrutura e Superestrutura. Efetivava-se a História como Ciência Humana e nascia a Economia e Filosofia Moderna com Karl Marx.
O Ser Humano é indivíduo e é Sujeito e não mero objeto dos acontecimentos. Cada um possui a sua História de vida e o seu Imaginário. A Psicologia e a Psiquiatria, além de enfatizar a importância do passado para o humano se entender, resgata a possibilidade de o imaginário de cada indivíduo se assemelhar ao do outro de tal forma que este imaginário se torna coletivo: de uma classe, de um segmento social, de uma etnia. O Imaginário se inter-relaciona e faz surgir a ideia da Cultura: a cultura de um povo e de uma época.
A História é muito mais que narração ou narrativa, é muito mais que fatos e processos, a História é também o que se passa no Imaginário e o que o indivíduo, uma classe, um segmento social imaginava. E que entende o modo de se fazer e pensar de uma sociedade em uma época e como isto interfere nos dias de hoje. História é muito mais que relatos que se passou, pois muito deste imaginário formou o Atavismo, o modo de ser que uma sociedade possui hoje. Isto porque a História é a Ciência do presente que busca no passado respostas para explicar a economia, a sociedade e o modo de ser daqueles que vivem o presente.
A História é escrita e reescrita, porque em cada época ela apresenta respostas diferentes e diversificadas conforme for cada olhar que se fizer no passado.
Os problemas, as dúvidas e as interrogações serão diferentes conforme o modo de se perguntar, de se ver, de se pensar, de se agir, de se comportar do grupo que se quer analisar. A História é um laboratório que não se esgota, acrescenta-se à medida que o tempo cronológico avança. Este tempo é mais rápido que o Tempo Histórico que avança nos passos lentos das mudanças, evoluções, revoluções e retrocessos provocados pelos indivíduos sociais, pelas classes e segmentos de uma sociedade. Conforme o atavismo reaparece.
O que o passado responde sobre o presente de Barbacena?
B- A Herança que Barbacena Recebeu
Esta será a temática de nosso estudo na próxima publicação (aguardem).
Leonardo Lisbôa
Texto Básico:
Cap. V – Desde a Entrada do Campo até Vila Rica. Vilas de Barbacena e Queluz. Em: SAINT-HILAIRE, Auguste de – Viagem Pelas Províncias do Rio de janeiro e Minas Gerais. – Ed. da Universidade de São Paulo. Livraria Itatiaia Editora LTDA.