Das coisas que a gente nunca esquece.
O poema antigo de nome pouco atraente: A Maçaneta é de Góia Junior, que foi excelente orador, radialista e deputado Estadual...*
Conheci-o quando era criança e frequentava a Primeira Igreja Batista de Santos, com meus pais. Na época os evangélicos eram discriminados – “os quebra santos”. Ser evangélico era uma espécie de rebeldia.
Nos cultos ouvíamos músicas clássicas em forma de hinos, conjuntos musicais, quartetos, corais, recitais... Havia declamadores que nos brindavam com excelentes interpretações, entre outras atividades culturais e artísticas.
Os oradores eram, em geral, cultos. Preleções envolventes,convites à reflexão - banquetes para a alma. Lá pela primeira vez ouvi falar dos Sermões dePadre Vieira.
Várias eram as atividades sociais: piqueniques, confraternizações entre Igrejas...
Que saudade dos Institutos de Inverno, realizados anualmente! Neles, jovens de todas as Igrejas da região apresentavam os seus talentos.
Quantas amizades nasceram naquelas comunidades e permanecem por gerações.
Ao compartilhar no Face book, A Maçaneta, declamado por Gióia Junior, amigos de infância me procuraram para relembrá-lo, e falar da época. Que saudade!
Por e-mail, uma amiga citou trechos de outro poema do autor que, certamente todos nós nos lembramos: “Nada era Dele”.
Foi na Igreja Batista dos anos 50, 60 que eu aprendi a apreciar literatura e música.
*Biografia de Gióia Júnior: www.letras.com.br/biografia/gioia-junior