Detalhes...
Quando a saudade é imensa, abro a porta do guarda- roupa e pego um cabide com uma camisa branca de linho. Ela não é usada há muitos anos, mas a lembranças dele, ainda estão tecidas nas fibras da camisa, sinto seu perfume: uma loção pós-barba suave, misturada com o aroma dos cigarros, que ele evitava fumar na minha presença, mas não conseguia parar de fumá-los.
Cada detalhe da antiga camisa branca lembra seu rosto e corpo; as mangas compridas ocupadas por seus braços, e abraços tão difíceis de esquecer. Gostava de acariciar seu rosto lindo e viajar no seu olhar... Não me desfaço da camisa, porque ela tem dono, mesmo que ele nunca mais volte...
Quem pode prever o futuro? De vez em quando, não resisto deixo o coração falar e sonho, abraçando com carinho e paixão as lembranças tecidas na camisa branca...