SOBRE O ÚLTIMO VOO
Penso em tantas coisas, que nem consigo organizá-las em minha mente. Por isso, muito me perco entre o Ser ou não Ser, certamente, distante das possibilidades encontradas por Shakespeare, mas com grandes questões a resolver e tentando, sempre tentando.
Explico.
Acabo de ler Fernando Pessoa dizendo que "o próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela". Lembro-me de que comentei, certo dia em sala de aula, sobre esse nosso morrer diário. Uma aluna assustou-se com minha fala e percebi que ela não gostou da tomada de consciência. Preferiu enganar-se a respeito dessa verdade.
Sabemos que da realidade não podemos fugir e que a dinâmica funciona mais ou menos assim: temos uma senha, desde o momento em que fomos gerados. Quando nossa senha for chamada, em terra, mar ou ar, teremos que nos apresentar ao responsável pela convocação.
É isso, Não nos enganemos.Nossa vida é um sopro e frágil, feito um passarinho.
E, de acordo com o que somos em terra, teremos os frutos após a chamada da senha e do último voo.
"To be or not to be...", eis a questão.
Dalva Molina Mansano
14.08.2014
09:27