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FAMA, DROGAS, SUICÍDIO – UMA SUPOSIÇÃO
 
Diante de mais um artista que suicidou-se, nosso grandioso Robbin Williams, após o susto, a indignação e a tristeza, sempre surgem-nos também muitas indagações. Por que uma pessoa famosa e rica, que conseguiu atingir na vida coisas com as quais a maioria de nós nem sequer ousa sonhar, não teve também incluída no pacote a tal felicidade? Estar na mídia, poder ir aonde quiser, ser admirado pela maioria das pessoas, conhecer as pessoas mais importantes, morar nas casas mais maravilhosas e ter os melhores carros não foi capaz de trazer felicidade; por que?

Acho que a fama pode trazer também uma certa estranheza; o mundo ao qual o famoso pertencia antes de tornar-se conhecido torna-se um lugar distante no mapa, para onde ele não poderá mais voltar. A fama talvez seja como uma estrada sem volta, que o afasta cada vez mais de suas origens e pontos de referência, de quem aprendeu a ser. De repente, vem a vontade de estar com aqueles que o conhecem bem, o amam e ensinaram-lhe a maioria das coisas que sabe, e ele faz o caminho de volta penas para descobrir que tais pessoas já não o reconhecem mais, ou não o aceitam como antes, ou aceitam-no apenas como algum ilustre famoso/desconhecido. É como constatar que todo aquele amor não era assim tão forte... e como é difícil constatar a fragilidade de um sentimento tão importante quanto o amor!

Um bom exemplo deste retorno é o jogador de futebol Adriano. Felizmente, ele ainda conseguiu encontrar suas origens, mas a maioria das pessoas não consegue, e é doloroso saber-se não aceito entre as pessoas com quem cresceu. O lugar que a pessoa famosa ocupava naquele contexto de vida já não existe mais.

A fama pode vir como um rolo compressor, e enquanto o envolvido se deixa levar por ela, mergulhando na roda viva de compromissos, fotos, entrevistas, convites e glamour, acaba muitas vezes vendo-se cercado por pessoas interesseiras, que nada sentem por ele de verdadeiro, e que só estão por perto a fim de desfrutarem também de um pouco de fama ou aproveitarem-se de sua influência. Também é o momento no qual aparecem parentes distantes e supostos “amigos de infância.”
Muitas vezes, penso eu, o famoso encontra-se entre dois mundos: um ao qual não mais pertence e onde não é mais aceito e outro ao qual  descobre não desejar pertencer.

As relações humanas são complicadas. É duro para o famoso descobrir que aqueles que antes eram considerados amigos não suportam o seu sucesso, e que no fundo, desejavam que ele permanecesse sempre o mesmo, relegando-o à indiferença assim que ele conseguiu ascender. Este tipo de atitude pode vir até mesmo de membros da família: pais, irmãos e demais parentes.

É claro que isto não é uma regra, e todos sabemos de pessoas famosas que tem, até hoje, o amor e o amparo de amigos e familiares. Mas a maioria daqueles que desejam ser famosos, na verdade não sabem o que estão desejando. Como em tudo na vida (inclusive o anonimato), a fama tem um preço a ser pago, e quem a ela aspira deve ter a contabilidade em dia, além de muita maturidade e força espiritual.

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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 14/08/2014
Reeditado em 14/08/2014
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