CRIMES ACONTECEM OU FAZEM ACONTECER?
Vivemos uma era em que todos os experimentos que visavam o controle de mentes estão em prática. Com mentes controladas é possível fazer profecias acontecerem, governar, manter status de poder, ampliar riquezas. E essa realidade descreve uma balança que está sempre pendendo para o grosso das populações quando o assunto é perda. Perda de todo tipo: financeira, moral, de soberania, de liberdade, de privacidade.
Eu escrevi sobre televisão, a instituição, na última crônica e volto a falar dela. Pois, para mim não há o que expressa melhor o fato de termos nossas mentes controladas para definir nosso dia a dia. Não damos um passo sem que consultemos algum oráculo desses que estão à nossa disposição. Consultamos nossas agendas, o despertador, o Climatempo, o site de receitas, a bula do remédio, o catálogo telefônico em outras épocas, o programa de rádio ou o de televisão. Todos estes nos dizem o que fazer.
Por vezes nos pegamos consultando Deus, mas, se Deus responde, certamente não é o que vamos dar ouvidos, pois não está o que ele diz com o status de prioridade alta. O relógio biológico certamente é controlado por Deus, porém o sinal tocado pelo aparelho celular é que nos diz a hora de levantar ou de fazer as refeições.
A mente humana, se colocada em receptividade, pode ser programada por meio de sugestões. Essa faculdade dela é capaz de fazer coisas terríveis e coisas maravilhosas. Se temos mais coisas terríveis sendo noticiadas é porque há mais sugestores trabalhando em pró delas. Por que essas pessoas fazem isso, vai saber! Está entre alguma daquelas opções listadas dentre o que é possível fazer com mentes sob controle. E enquanto estamos aterrorizados estamos cativos. Já perceberam que sempre tem algo a nos causar pânico? Não se passa uma geração sem se ter ouvido falar sobre pelo menos um fato aterrorizador como as tragédias, até as naturais, os crimes ou os acidentes. E pode colocar o terror artificial que a sétima arte de tempos em tempos nos põe para pagar um ingresso e se expor a ele. Há anos que não vou ao cinema, que não vejo tevê, que não compro jornal, etc e etc. Eu, é claro, sou vacinado contra isso tudo, mas me coloco entre os traumatizados para ser compreendido em vez de tachado como ser iluminado. Prezo o bom funcionamento do meu sistema imunológico. Adrenalina demais no sangue o enfraquece. A AIDS faz mais vítimas pelo pânico do que pelo ato sexual desprotegido.
Outro dia eu refletia sobre o caso do Massacre de Realengo. Aquele do psicopata que saiu atirando em crianças e adolescentes em uma escola no Rio de Janeiro. Havia acontecido caso parecido nos EUA. Acontece lá, acontece cá ou é noticiado (sugerido) cá para um monte de mentes receptivas se inspirar e fazer também?
E quando é coisa inédita, exclusiva do Brasil, aconteceu realmente a primeira vez e a repetição do acontecimento deveu-se ao fato de ter sido noticiado o acontecimento primário? Pior ainda: e quando eles plantam? Alguém paga o noticiador para plantar na mente das pessoas uma sugestão nefasta para ela se materializar e este alguém colher algum benefício torpe. Lembrem-se, para tirarmos um atirador maluco de uma multidão só precisamos estimular uma única mente.
Voltando à televisão, um telejornal que conta dez pontos na escala de audiência consegue prender a atenção de dez milhões de mentes se existirem cem milhões de aparelhos televisores ligados no momento em que se dá a transmissão do telejornal. Dez milhões de atenções impressionadas. Muitas delas cabeças frágeis e inconsequentes como a de um adolescente, que procura aderir e repetir o que parece causar mais visibilidade e fama para ele. Haja vista a quantidade de jovens que enfiam as mensagens dos funks na cabeça e não conseguem parar de repeti-las em qualquer ambiente que estejam, se acharem incomodados fica melhor ainda para eles. Jovens que não deixam de seguir o comando das mensagens que os influenciam. Se fumar maconha e agitar é o que diz o funk, é o que fazem; Se fazer boquete no banco de trás da van sem importar com os adjetivos sórdidos que surgirão ou que serão ditos até mesmo pelo dono do membro que vai à boca idem. Eu acho um absurdo essas coisas que me incomodam até para escrever estarem à varejo nas ruas para que crianças que podem ter futuros promissores também possam ouvir e repetir, mesmo não sabendo do que se tratam, que certamente será o próximo passo procurar se inteirar do assunto. O que faz surgir aqueles comentários hipócritas partindo da imprensa de que nossos jovens estão se perdendo cada vez mais cedo, estão engravidando, adoecendo ou emburrecendo cada vez mais facilmente. Sendo que eles da imprensa e de outros mecanismos midiáticos é que são patrocinados para que essa realidade se expresse e que são os principais causadores desses eventos "espontâneos".
Basta dez pontos nessa audiência, ou até menos do que isso, para haver uma dentre as mentes que recebem estímulo por parte do telejornal para ir até a rua com a arma do pai e disparar em pessoas como se estivesse jogando videogame. Dez milhões de cabeças à disposição e a tevê só precisa de uma para que no outro dia não tenha que dar uma notícia cabulosa importada ou imaginariamente registrada. Um caso legítimo e nacional para ser explorado a semana inteira, talvez o mês, para que alguém faça alguma coisa, ilícita ou não, enquanto as outras mentes estão ocupadas digerindo o fato. Não é que o Governo brasileiro é mestre em fazer isso? Tem vez que são opositores do Governo é que promovem esses fatos que causam terror ou pagam a mídia para tentar produzi-los, a fim de denegrir a imagem dos partidos de situação ou arrumarem sarna para eles coçarem e quem sabe desistirem da concorrência em uma eleição e se tornar o caminho livre para os manipuladores disputarem e ganharem fácil fácil.
Aqui em Belo Horizonte um bebê foi encontrado morto em uma creche clandestina em um dia e no dia seguinte foi a vez de encontrarem um idoso em um asilo. Todos os dois casos tidos como descasos. Coincidências acontecem?
Exemplos como estes existem aos montes para eu tentar fazer o meu texto convencer. Temos que parar de achar que quem joga essas teorias para se refletir são paranoicos e dados a achar que o mundo é uma eterna conspiração. Essas são falas que partem de controladores de mentes para que nunca percam o que conseguem controlar. Era melhor pararmos de ver, de ler e de ouvir noticiários para as coisas ruins pararem de acontecer, já que nunca promovem os acontecimentos felizes. Promover a harmonia e a felicidade para todos em veículos de comunicação de massa é o fim do capitalismo. O capitalismo não se sustenta com toda a comunidade feliz. Tem-se que haver os infelizes para fazerem a roda girar. E conseguimos, também, com boicote aos noticiários, cortar as cordas que nos prendem às manetes, o controlador perde o acesso a nós e obtemos com isso a nossa independência. Aí não é preciso que ninguém nos ofereça liquidamente a felicidade: gente livre é capaz de fazer isso por si só.