UM HOMEM ANÔNIMO

Hoje, dia 12 de agosto de 2014, após almoçar em um restaurante de uma cidade piauiense, ao me dirigir ao caixa, para fazer o pagamento da refeição, eu testemunhei um exemplo digno de ser seguido: o senhor que estava na minha frente recebeu um troco com uma quantia a mais do que ele deveria e merecia receber. Ao receber o dinheiro, aquele homem, imediatamente, disse à moça do caixa: “O troco que devo receber é menos. Não é tudo isso”.

Eu não sei quanto o homem recebeu a mais. Sei apenas que era muito pouco, não chegava a três reais além do que ele deveria e merecia receber. Calmamente e com delicadeza, aquele cidadão foi explicando o quanto deveria e merecia receber.

No momento, eu não dei importância àquele ato. Mas, após montar e sair na minha motocicleta, eu comecei a refletir sobre aquele fato, que parece, aos olhos de muitos, algo não digno de nota, de observação. Eu fiquei pensando: aquele homem poderia ter ficado com aquela quantia a mais, afinal, a diferença para mais não era considerável. Além disso, não traria nenhum prejuízo ao dono do restaurante, nem faria com que aquele cidadão ficasse mais rico ou mais pobre. No entanto, aquele senhor optou por não ficar com o que não lhe pertencia. Se alguém, por exemplo, recebe menos do que deve e merece, logo diz que está faltando. Sendo assim, devemos ser honestos quando recebemos a mais do que é nosso. Aquele homem realizou um preceito evangélico, segundo o qual quem é honesto no pouco também será honesto no muito. E quem é desonesto no pouco também será desonesto no muito.

Pensei ainda sobre vários erros do mesmo tamanho que aquela moça poderá cometer na hora de entregar um troco. Se ela errar da mesma forma com muitas pessoas desonestas, o dono do restaurante terá, indiscutivelmente, um grande prejuízo. Se o pouco a mais que cada cliente receber não for devolvido, no final de um ano será muito grande o prejuízo para o dono do referido restaurante.

Fico pensando acerca dos dez centavos com os quais um comerciante poderá ficar de cada cliente, afirmando que não tem troco. Imagine o quanto esse comerciante poderá ganhar, ilicitamente, dentro de dez anos. Assim, muitos poderão aumentar suas fortunas. Para quem perde, não é quase nada. Mas, para quem junta o pouco de cada um, devemos convir que é muito.

Aquele senhor do restaurante nos dá uma bonita lição de cidadania.

Fiquei deveras pensativo sobre a atitude daquele homem, daquele senhor. Não sei quem é ele. Não sei qual a intenção dele ao fazer aquilo. Sei apenas que ele fez uma boa ação.

Oxalá eu nunca me esqueça do exemplo daquele homem anônimo!

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 12/08/2014
Código do texto: T4919770
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.