PELA SIMPLES ALEGRIA

Pela simples alegria, ande, só um pouquinho, por caminhos “errados”; durma uma vez ao relento; cante uma canção sem conhecer todos os versos; sorria para o “flanelinha”; escreva um poema em um guardanapo; chegue de pileque em casa, sem remorso, e acorde no horário para trabalhar; faça três acordes no violão e um punk rock para a lua; se dormir em uma cama com dois tijolos de sustentação, diga que é de alvenaria.

Pela simples alegria, tatue uma estrela no pescoço; deixe o celular dentro do porta luvas; bata na porta e grite: Vilmaaa; suba sempre pelas escadas; empreste tudo o que te pedirem; jogue fora o maço de cigarros; passe a sua vez na fila e peça para o cliente pagar a sua conta; pague só o que consumiu quando estiver com amigos; não devolva o livro que te emprestaram; ignore o barulho do ventilador amputado de uma hélice; faça a vassoura de lança e pegue o mamão do vizinho.

Pela simples alegria, coma o bife menor; chore quando alguém estiver chorando; bata palma para o cantor da noite; esfregue as mãos quando for substituir o craque do time; reprove o empata porta que atrasa a sua viagem; tenha sempre algum trocado no bolso da camisa; se jogar na loteria aposte na teimosinha; respeite pedestres, animais e motociclistas; assista televisão para ser educado com os anfitriões; mergulhe quando a água estiver acima da cintura; dance o xote de Luiz Gonzaga na feira de São Cristóvão.

Pela simples alegria, alterne dois quilômetros de caminhada com um de corrida; confirme se o cadarço do tênis está amarrado quando for atravessar a rua; faça cópia da chave de casa e deixe-a com alguém da família; viaje para Salvador, suba o Pelourinho de mãos dadas e tome sorvete na Baixa do Sapateiro; troque a escova de dente todos os meses; não tenha ressentimentos, não alimente mágoas.

Pela simples alegria, abrace seu irmão de sangue ou não; ria de uma piada antiga; finja que não sabe a resposta para dar chance a quem precisa alcançar a média; acorde de bom humor; faça um carinho; roube um beijo; ame pela manhã; converse deitado no quarto por duas horas aos domingos antes de sair para comprar pão e jornal; ria de tudo como um bobo; vá ao ensaio da sua escola de samba; não ligue o computador por um dia.

Pela simples alegria, seja tudo o que você quiser, sem restrição alguma quanto a ser feliz, faça tudo o que tiver vontade, obedecendo ao princípio da reciprocidade. A vida tem a cor da alegria e não vale

a pena deixar que ela fique desbotada. Ouça o que dizem seus desejos e embarque neles que, no final, a sua intuição o levará para a realidade viva de todos os seus sonhos. E lembre-se: A vida continua mesmo sem a nossa presença.

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 12/08/2014
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