O CAMISINHA

Não me perguntem o seu nome, eu só sei que o seu Osmar, um comerciante do bairro, era seu irmão.

Eu também não sei a razão do seu apelido, Ele tinha problemas mentais e era inofensivo, mais tinha a mania de colocar fogo em qualquer moita de mato seco que encontrasse pelo caminho.

Não sei como, mais sempre uma caixa de fósforos ia parar nas suas mãos.

Camisinha vagava pelas ruas do bairro e sempre que havia um pequeno incêndio, todos diziam, isso só pode ser obra do camisinha.

Vagando pelas ruas, era perseguido pelos moleques de rua que as vezes ate lhes atiravam pedras.

Chegava em casa, na casa do seu irmão, na hora do almoço e depois voltava a sua caminhada ate que os últimos raios de sol lhe desse a ideia de que aquele dia terminara.

No dia seguinte, nova caminhada e novos incêndios que formavam sempre uma trilha indicando por onde andava.

Quando não encontrava uma caixa de fósforos, saia pelas ruas dizendo palavras desconexas e ficava bastante inquieto. Não tinha nenhum outro problema de saúde, ate que tempos depois, veio a falecer.

Hoje, quando aparece alguma fumaça proveniente de um pequeno incêndio no meio do lixo ou alguma moita de capim, não há quem não se lembre do Camisinha.