Observação no mercado!
É até engraçado relembrar tal fato...
Em um dia normal de janeiro, fui ao supermercado para abastecer a despensa, como o de costume. Seria só mais uma compra, só mais uma visita rápida e ordeira ao local.
O procedimento daquele dia foi o habitual. Cheguei, me preparei com um carrinho de compras, passei pelo açougue, adquiri uma senha e comecei, entretido, a recolher o que me era necessário.
Fiz todo o percurso a fazer, retirei das gôndolas todo o material que me interessava, daí me submeti a uma coisa que não é muito agradável para ninguém, a menos que você comece a observar as coisas, as pessoas ou até mesmo suas atitudes. Somente assim fica, no mínimo, menos entediante esperar em uma fila de açougue, ou outra fila qualquer.
Comecei a observar as pessoas...
Todas me pareciam muito normais, muito compenetradas no que estavam escolhendo.
Havia todas as estirpes de pessoas. E no momento, me ocorreu que é fácil distinguir o tipo de gente, a partir do que cada um fala.
Tempos depois eu já havia me cansado da observação, parei.
De repente, chegou uma mulher imponente e com muitos adjetivos aparentes: Linda, loura, robusta, aparentava ter posses e desfilava glamour.
O improvável aconteceu, ela recebeu uma senha de uma amiga, deduzi. Fomos atendidos simultaneamente.
“Quero ‘oitocentas’ gramas de mussarela.”
Eu já havia idolatrado a mulher, mas quando a ouvi dizer isto, fiquei embasbacado, perplexo, decepcionado... Uma mulher cheia de aparências, com beleza exterior, qualidades externas, porém, desprovida de uma boa instrução de como usar bem a sua língua materna.
Resultado: Não foi uma visita qualquer, esta foi diferente, fugiu da rotina, fugiu do normal. Pratiquei a observação, pena que a partir dela, veio a decepção. Idealizei uma mulher com qualidades exteriores, mas com pouco recheio ou conteúdo interior.
Fim das compras!