Conhecereis a verdade e a mentira prevalecerá
“O hipócrita com a boca destrói o seu próximo, mas os justos se libertam pelo conhecimento.” Prov. 11; 9
Alguma semelhança temos aqui, com a conhecida sentença de Cristo: “E conhecereis a verdade, e a verdade os libertará.” Jo 8; 32 Nesse caso refere-se à Verdade absoluta, Sua Pessoa, e a libertação espiritual eterna que propicia. No pensar de Salomão trata-se de um conceito sapiencial genérico, coisa que mesmo descrentes podem obter no caminho da vida; experiência, discernimento. De alguém assim costuma-se dizer que, “conhece o coxo sentado e o cego dormindo.” Esse conhecimento é oposto ao hipócrita, na sentença supra, assim, deve laborar em consórcio com a verdade, a justiça. Pois, a liberdade primeira que oferece é a de safar-se das tramas do engano.
O mesmo pensador advertiu muito sobre isso. “Nada vale, nada vale, dirá o comprador, mas, indo-se, então se gabará.” Prov 20; 14 Nosso conhecido, “quem desdenha quer comprar” derivou daí. Esse é engano típico de mercadores; mas, também aludiu às tramas políticas. “Quando te assentares a comer com um governador, atenta bem para o que é posto diante de ti, e se és homem de grande apetite, põe uma faca à tua garganta. Não cobices as suas iguarias porque são comidas enganosas… Não comas o pão daquele que tem o olhar maligno, nem cobices as suas iguarias gostosas. Porque, como imaginou no seu coração, assim é ele. Come e bebe, te disse ele; porém o seu coração não está contigo. Vomitarás o bocado que comeste, e perderás as tuas suaves palavras.” Prov 23; 1, 2 ,3, 6, 7, e 8.
Esse tipo de engano robustece muito em épocas de campanha eleitoral, como agora. A imprensa nacional noticiou que a Presidente Dilma Russeff discursou em São Paulo para um congresso de mulheres da Assembleia de Deus de Madureira, onde citou textos Bíblicos, como o “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor.” Colocou-se como dependente da graça Divina etc.
Pior que isso, foi que lideranças da referida denominação se empolgaram em seus discursos por “ter o governo, finalmente, reconhecido o valor de seu trabalho.” Cáspita! Como diria o ítalo-brasileiro.
Se Deus deseja que seu povo seja diferente pela santidade, pelo amor ao próximo, também o faz em termos de sabedoria, discernimento. Isso, desde dias antigos anelou. “Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida.” Deut 4; 6
Ora se nem dessas arapucas básicas da hipocrisia política que até meu cavalo desconfia, não podemos nos livrar via discernimento, que dizer da sabedoria espiritual que discerne a tudo e de ninguém é discernido, como sustentou Paulo?
Aos meus olhos já é um erro emprestar púlpitos para políticos, sejam, tais, de quê partido forem. Gostar ou não do PT votar nos tais é direito de cada um. Bem como, o programa partidário contemplar espaço para o aborto, o casamento gay, e descriminação das drogas, a censura eufemisticamente rebatizada de “controle social da mídia", a parcialidade diplomática externa pró Venezuela, Cuba, ( duas ditaduras sanguinárias ) Hamas, os terroristas meso-orientais, etc.
Agora, tentar misturar seu discurso oportunista aos cristãos como se tivessem alguma identidade de valores ou ideológica conosco, isso é o supra sumo da hipocrisia, da mentira. Que façam sua campanha defendendo abertamente o que acreditam; é lícito.
Agora, não venham imiscuir-se em nosso meio fingindo a mínima simetria de visão, pois, veros cristãos olham o mundo por um prisma muito antagônico. Só resta me envergonhar de líderes assim, que babam ante uma aprovação hipócrita, eleitoreira e circunstancial como essa.
Se defendessem valores parecidos com os nossos e governassem com um mínimo de competência e probidade, sequer careceriam campanha e teriam meu voto. Mas, sua “competência” maquia fatos via “contabilidade criativa”; bloqueia CPIs que visam averiguar malfeitos na gestão da Petrobrás; usa computadores oficiais como armas contra jornalistas independentes para espalhar difamação; decreta leis que tolhem a representatividade da maioria, como convém ao regime democrático, par instaurar conselhos de minorias ideologicamente afinadas aos seus valores… etc.
Não me venham, pois, com essa balela gasta que política e religião não se misturam. Ela ( Dilma ) foi num ambiente religioso fingir, fazer a baixa política.
E olhem que não estou defendendo voto em candidato evangélico ou coisa assim; apenas, denunciando a hipocrisia política e a falta de discernimento de líderes que amam mais a glória efêmera da Terra que a aprovação de Deus.
A alternância de poder é vital, se não por outra razão, ao menos para desintoxicar o profundo aparelhamento do Estado, tarefa dura para quem vier após os “companheiros”.