SOMBRAS
Não quero que gostem de mim pelo que possuo, aquilo que tenho qualquer um pode ter. Não sabemos tudo, nem temos a pretensão de sabê-lo, afinal, somos seres humanos e, mesmo se quiséssemos, nunca teriamos essa capacidade. Não queremos servir de lenha para fogueira de comentários sem sentido, não estamos numa apresentação de teatro onde estamos sendo avaliados pela platéia e estamos sujeitos a vaias e aplausos. Deixe-nos quietos para que possamos respirar a razão pois, quase fomos sufocados pelo ar da decepção, uma das maiores. Ninguém se decepciona com os inimigos, eles não nos surpreendem, deles já esperamos o pior. A núvem do desgosto está próxima de nós e acompanha aqueles que sentam à mesa para dividir o pão, aqueles que bebem no mesmo cálice, aqueles que te abraçam e o calor dos seus corpos não nos aquece mas queima.
Marcelo Queiroz
07/01/14
16:00h