Porque as vezes a resposta é o silêncio

As vezes você não entende o meu silêncio, mas é porque eu falo tanto e você com o seu maior esforço apenas conduz a conversa. De repente me diz algo forte e se impressiona com a minha mudez. Lógico que eu fico mudo; não dá nem pra acreditar que você está falando. A principal diferença entre mim e ti é que eu sei o que eu quero. Até Jesus Cristo, quando se deparou frente a um cego, perguntou o que ele queria. Arrogância? Não. As pessoas têm que saber o que elas querem para a vida fazer sentido; apenas brincar de “mover engrenagens sociais” é viver de acordo com os outros, isso é tudo menos escolha. Então esperar que passe um carro azul, depois o celular toque..... até chegar o momento ideal pra se permitir ser feliz. Desculpe-me o momento ideal já chegou e as vezes você não se dá conta. A felicidade é gratuita. Comodidade se compra com dinheiro, já felicidade se conquista com gentileza e carinho.

É mais fácil receber um aperto de mão todos os dias do guarda do portão do condomínio do que um elogio de uma pessoa que nem te reconhece como uma pessoa relevante. As vezes até constrange, a última coisa que se pensa é que é verdade. A surpresa afasta. Não se constrói um nome após o ingresso numa empresa, mas sim após dez anos de conquista diária. Então um elogio isolado afasta mais que aproxima.

Ás vezes nem a palavra é necessária para “falar”, muitas vezes a simples presença já conquista. Em fevereiro eu estava na Alemanha, triste porque tinha tirado uma nota ruim num exame e o meu colega de quarto, que era coreano, olhou pra mim; balançou a cabeça como sinal de cumplicidade e se sentou do meu lado no banco de um dos espaços de convivência da universidade e só se levantou quando eu me levantei. Aquela cena foi uma das mais bonitas que eu presenciei.

Ricardo Monjam
Enviado por Ricardo Monjam em 10/08/2014
Código do texto: T4917530
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