O preguiçoso

Onze horas da manhã, o sol já brilhava no céu reluzente com poucas nuvens, perfeito para aproveitar a praia e dar uma caminhada. Rosinha a dona da casa sempre que podia passava os finais de semana neste lugar tão lindo, acompanhada por sua filha Mariana e seu cachorrinho totó. Mas, se arrependimento a matasse já estaria morta e enterrada simplesmente porque resolveu fazer o favor de levar um “amigo” que literalmente ofereceu-se para ir, na maior cara de pau. Sem um tostão furado.

Onze e meia. Rosinha olhava repetidas vezes para o relógio sem acreditar como uma criatura pudesse dormir tanto e ainda por cima na casa dos outros. Sem perceber sua filha aproxima-se e pergunta:

- Mãe, Lorisvaldo ainda está dormindo? Disse surpresa.

- Acho que ele se esqueceu de tomar o semancol ontem antes de hibernar, por que só pode ter sido. Exclamou já se irritando, imaginando a cara dele ao acordar.

Terminou de falar e o sem noção aparece na porta da cozinha, como se a manhã ainda estivesse começando o dia, e foi sentando-se à mesa, todo posudo:

- Bom dia meus amores. Estou morrendo de fome. O que é que tem para o café da manhã?

Mãe e filha entreolharam-se não acreditando no que escutaram. Já conhecendo o temperamento da Rosinha, Mariana saiu de perto.

- Como é que é? Café da manhã. Já é quase meio dia, hora do almoço. Eu fingirei que não ouvi isso, e você dispara daqui antes que se machuque. Falou espumando de raiva.

- Mas e o café? Eu es...

- SAIAAAAAAAAAAAAA DAQUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!! Lorisvaldo saiu que nem bala pegava.

Alguns minutos depois, chegam algumas visitas e Rosinha dá graças a Deus. Prepara a mesa para pôr o almoço e chama todos para almoçar. Enquanto eles comiam, a atitude mal educada e esfomeada de certo “convidado” chama a atenção de todos. Sem se importar com os olhares, após terminar levanta-se da mesa e vai até a sala repousar. Sai primeiro que todo mundo numa pose como se todos ali fossem seus empregados. Nem o prato da mesa teve coragem de tirar. Aquilo irritou profundamente a dona da casa.

Os dias que sucederam não foram nada agradáveis. O imprestável, parasita e sanguessuga do Lorisvaldo, além de não ter dinheiro nem para morrer, preocupava-se apenas em comer, dormir, pedir, pedir e pedir até encher o saco da Rosinha.

A coitada da Mulher lavava a louça, a roupa, cuidava da casa e ainda por cima arrancava as ervas daninha do jardim e o doente de preguiça ficava no terraço só olhando relaxadamente abrindo a boca vez por outra. Já com os nervos a flor da pele, Rosinha disse:

- Como é que você Lorisvaldo, com essa cara lavada vem passar alguns dias em minha casa da praia e fica literalmente parasitando e nem para pagar a hospedagem levanta essa bunda do sofá. Comendo as minhas custas, nem para tirar os copos da mesa tem coragem. Preguiçoso não, a molesta. Pois fique sabendo que foi a primeira e a última vez. Xô azar!! Irei deixa-lo em casa agora.

Ele ficou tão surpreso com as explanações de rosinha que olhou concentradamente para ela e a chamou: - Vem aqui, por favor, por favor. Quase implorando. – É importante.

Aproximou-se dele contra a vontade, desconfiada.

- Eu te amo! Tudo isso é por que eu te amo. Disse achando que iria convencê-la.

- Entendi essa não, mãe. Mariana, sua filha, indagou balançando a cabeça.

DÉBORA ORIENTE

Debora Oriente
Enviado por Debora Oriente em 10/08/2014
Reeditado em 14/02/2024
Código do texto: T4916582
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