DESABAFO, APENAS...
DESABAFO, APENAS...
A assimetria da beleza da vida é aquela que traduz o amor em um único olhar... De poder aventurar-se dentro do próprio eu, de sentir sem entrelinhas a confluência perfeita de passado, presente e futuro, e poder sentir aquele friozinho em todo o corpo, a cada vez que deslizamos no tobogã da vida, sobre as sinuosidades da existência, percorridas e a percorrer, e ao estacionar para um beijo e abastecer a alma de felicidades, poder continuar por mais uns anos, amando ou simplesmente buscando realizar o que mais possa importar, ou a dita que traduza o verdadeiro amor...
Sou um sessentão incorrigível, pois prefiro correr os riscos de viver uma eterna solidão, buscando incessantemente a cada minuto que me reste dessa vida, a felicidade que imaginar-me descontente em uma relação de aparências onde muitas subsistem, pois a minha necessidade de amar é grande, talvez do tamanho do amor que eu tenho para dar...
Assim, em mais uma data festiva que aglutina e une família, terei eu a lembrança de filhos, mas, nenhum elo que exprima que eu não seja um homem só?
Vejo que as chuvas de julho lavaram a poeira do tempo e, pude ver claramente o que restou de mim... Assistindo o movimento eterno das emoções sob os acordes de um mundo totalmente natural e que se movimenta pelo soprar suave do vento e, envereda nas entranhas de um passado tão próximo que nos podemos imaginar nele. Onde tudo acontece sem replay, o estoismo da cena definitiva, a esperança desiste e uma cavidade no coração cicratizou... São tempos novos, emoções tardias ou não e que levam elas a uma nova união... E assim, todos nos compartilhamos de uma certa forma, com centena de atos que fazem de nos caminhantes do eterno, e o que faz um homem ser grande é exatamente o de carregar o seu destino sem comiserações, mas, eu gostaria de transportá-lo na onda de encantamentos, e de olhos fechados atravessar as fronteiras do silencio, no isolamento e sem espectadores, na noite escura de todas as solidões, mesmo assim eu ainda enxergaria uma aurora fora de hora que me trouxesse você...