EU, A CAMINHADA, GENTE, BICHOS E PRÍMULAS

Novamente fiz a caminhada matinal. O que mais me faz gostar de andar pelas ruas, em vez de caminhar em círculos em parque ou coisa que o valha, é porque não me sinto um hamster, andando sempre no mesmo local e vendo as mesmas coisas. A natureza em torno de lagos é linda, mas vez por outra, troco o itinerário, para prestar atenção em gente.

Por falar em gente, voltei hoje a pensar na fábula da cigarra e das formigas. Não é por falta de assunto, porém por complemento de análises, mesmo. O Calçadão, enfim está sendo reformado, estão arrumando os vasos, plantando flores, colocando luminárias novas, bancos para os cansados e há muitos homens (formigas), bem cedo, trabalhando nessa lida. Tudo deverá ficar bonito e organizado. Homens outros há bem do tipo cigarras, já esparramados nos bancos com cheiro de tinta nova (nada contra), todavia me incomodou um dessa espécie que, ao terminar de fumar seu cigarrinho, atirou a bituca, daquele jeito, igual a quando os meninos jogam bola de gude, só que o gatilho é o dedo médio. Pensei comigo, deveria estar cantando como a cigarra, ao invés de jogar lixo onde o outro acabou de limpar.

Enfim, coisas da vida e da educação, aquela que, dizem, ser de berço. Uns nasceram pra formigas, outros para cigarras e outros, ainda, para sujarem a paisagem. Prefiro não dizer o nome do animal que sobra da falta do dito berço, porque o animal, enfim, nada tem com isso. É coisa humana (mesmo) e ofender é uma ação que sempre excluo dos meus dias. Não gosto de cometer ofensas.

Depois da caminhada, fui à feira. Gosto demais do burburinho das feiras. Lá, as pessoas são tão alegres, que dão a impressão de terem se esquecido das dores do mundo. Riem todos, feirantes e clientes. Piadinhas é o que mais se ouve, a risos largos. Ah, lá tem um cantador, mas este não é cigarra. É formiga que ganha o pão cantando, resultado de uma cegueira congênita. Canta feliz ele, apesar de.

Comprei o que me faltava em casa e, por último, as flores. Sobrou o dinheirinho, para que as pudesse trazer e enfeitar minha sala. Hoje são as prímulas, vermelhas e bem miúdas. Disse-me a senhora feirante, de origem japonesa, que bastaria um pouquinho de água no pratinho, diariamente, para que elas sorrissem todos os dias para mim. Entretanto, ao ver a terra tão seca em torno das folhas, desobedeci a feirante (coisa de brasileiros). Reguei a terra e espero que minhas prímulas espalhem risos maiores e bem vermelhos em minha sala.

No Google, descobri que elas trazem sorte e outras coisas boas, de acordo com suas cores. Ah, adorei minhas prímulas vermelhas!

Bom dia a todos (apesar do adiantado da hora)

Sejamos formigas, cigarras nascidas em berço de ouro e prímulas sorridentes.

Dalva Molina Mansano

08.08.2014

11:51

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 08/08/2014
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