A arte imita a vida e a vida imita a arte.
Recontar histórias ou estórias sempre me chamam a atenção.
Me prendem, me levam a transcender minha realidade seja ela diante de um livro com as costas a doer, seja escorregando no sofá diante da TV, seja ouvindo o rádio com ouvidos a tremer ou num teatro olhando sem perder detalhe algum.
Adoro recontar e ver recontagens. Hoje assisti, agora pouco, A Alto da Folia, Jesus, José e Maria de uma trupe aqui de Passos. Gente apaixonado pela arte teatral que o faz por amor e com paixão.
Foi de encher os olhos, de arrepiar. Me aguçaram os sentidos com sua arte que foi às ruas.
Meus olhos brilharam contemplando um cenário simples e encantador com personagens em indumentárias cheias de graça e maravilha em movimentos mágicos.
Meus ouvidos se encantaram com as músicas, com os solos, com os instrumentos próprios e impróprios de folia, de seresta a saudar Jesus, José e Maria e também quem o os ouvia nesta noite de verão fria. Um sabor de algodão doce tocava minha boca de infância que por tudo se encantou e degustou cada detalhe com uma gula permitida. E horas houveram que me arrepiei pela beleza, encantamento e a transcendência própria de uma arte bem feita, que sabe tocar a alma fazendo com que seu cárcere se arrepie na tentativa frustrada de deixá-lo.
O Reino dos Céus é comparado ao pai de família que tira de seu velho baú, coisas novas e velhas.
Belo recontar, belo auto, bela folia com Jesus, José e Maria ...
Dez 2013