Atendendo a um chamado
Meu Pai me chamou e disse: Desça até o subsolo, pois há um ser à sua espera. Vi então uma escada que descia para o interior da terra em forma circular e com pouca luminosidade, entrei e comecei a descer. Não posso mensurar por quanto tempo desci, apenas percebia que quanto mais descia mais escuro ia ficando, ao fim da descida me vi em um corredor comprido e totalmente sem luz. Preenchi-me de coragem e fui andando corredor afora mergulhado nas trevas, até que em determinado momento senti o quê há muito tempo não sentia: Pavor, imenso pavor. Então me dirigi a meu Pai dizendo: Socorre-me que perecerei. No mesmo instante voltei a meu estado normal de consciência e ciente de meus veículos de expressão no plano físico. Contudo os sinais de que deveria voltar ao interior da terra e continuar de onde parei eram muito fortes, pois tudo em mim estava em alerta com o coração acelerado, então regressei. As trevas haviam sido afastadas, assim pude ver o chão onde pisava, mas ainda havia muito medo em mim, pois sabia estar pisando em solo onde outrora tinha sido palco de sacrifícios humanos. Podia sentir o cheiro dos assassinos ainda sedentos de sangue e a dor dos Inocentes, pela segunda vez recuei e disse: Socorre-me que perecerei. Fui de pronto atendido assim como da primeira vez, no entanto os sinais de que deveria enfrentar e terminar continuava claríssimo, sem me convencer de alternativa resignei-me a voltar. Respirei fundo e me percebi andando em meio a dezenas de pedaços retalhados de membros humanos em meio a inúmeras poças de sangue, à frente ouvi gemidos. Caminhei e aproximei-me a um rapaz estirado no chão aparentando ter uns vinte anos de idade, o mesmo havia recebido em seu corpo inúmeros cortes profundos e estava completamente ensanguentado, respirando com enorme dificuldade. Imediatamente agachei abraçando-o enquanto ele balbuciava palavras a mim indecifráveis, olhei profundamente em seus olhos transmitindo ao mesmo a energia do meu Pai, retribuindo o olhar suavemente ele expirou. No plano do espírito “ele” já estava de "mala pronta" para reencarnar na terra, sem lembranças do ocorrido.