VIVER PARA ESCREVER
Escrever se tornou um hábito. Um indivíduo que não me recordo o nome, disse que quem quer ser um escritor deve escrever todos os dias! Eu mesma de uns tempos pra cá, estou encontrando dificuldades em todo dia me encontrar com o papel. Preenchê-lo significa também me preencher ou me esvaziar. Sinto vontade mais não encontro temas. Como se tudo estivesse embaralhado em minha mente e eu não conseguisse organizar.
Já escrevi muito sobre mim, sobre meus amores com ou não correspondidos, sobre meus anseios, meus medos, minha forma de ver o mundo. Já não tenho mais palavras para contar minha vida. Preciso escrever menos e vivê-la mais.
Como viver mais? Explorando o mundo? Conhecendo novas pessoas, culturas? Talvez. De que preciso de uma boa viagem, ninguém pode negar. Por a cabeça no lugar. Reconhecer novamente a felicidade nas descobertas, assim como uma criança que aprende a ler. Se não for possível relembrar, reaprender, que seja livre a chance de recomeçar. Por mais que não pareça, ando me preocupando tanto com o que parece ser nada mais representa tudo.
Esperar o improvável não é tão fascinante como nos livros. Estou distante de onde quero estar. Já conheci todos os caras que não precisava ter conhecido. Está na hora de talvez, em minha próxima viagem, conhecer alguém que valha a pena ser conhecido. Sempre sonhei em encontrar o homem da minha vida em uma viagem. Necessariamente em um trem. Viagens de trem me encantam, pelo charme e pelo romantismo. Ou então, em um navio, cruzando o Pacífico (o oceano me veio agora em mente).
Enquanto não me decido entre os trilhos finitos do trem ou pelas águas que banham o Pacífico, vou ficando por aqui.