Nada é de graça
Hoje, eu fui pagar a GRU para ter direito a requerer o registro de meu trabalho escrito e depois, deixei no Correio a cópia do meu manuscrito (com todas as páginas numeradas e rubricadas), do meu RG e de comprovante de residência.Após cumprir mais esta missão, pensei que nada é de graça. Tudo é dinheiro na nossa vida e,ainda que tentemos economizar, acabamos gastando. Eu gastei dinheiro imprimindo as páginas, tirando cópias do RG, pagando a guia e mandando tudo dentro de um envelope pelo Correio. Viver realmente é caro. Gastamos dinheiro para nos alimentar, vestir, estudar, locomover-nos e até mesmo para trabalhar. E no caso do escritor, ele tem que se submeter ao sacrifício de tirar dinheiro para registrar o que escreve.
Não é um sacrifício supérfluo, mas necessário. Nestes tempos de Internet, qualquer um pode ter acesso ao trabalho intelectual de outro e plagiá-lo como se fosse dele, atribuindo-se um talento e uma glória imerecida. E aquele trabalho escrito, seja uma poesia, artigo, romance ou conto, foi algo que saiu de nós, algo em que trabalhamos duramente, até acharmos que estava num estado em que podia ser lido por outra pessoa (se bem que, na verdade, nunca ficamos seguros a respeito do que escrevemos).
Então, tratemos de gastar tempo e dinheiro, enfrentando filas de banco para registrar nosso trabalho e ter garantidos nossos direitos autorais, afinal, nada mais injusto do que alguém dizer que escreveu um trabalho que não é seu. Isso nos fará provar que fomos nós que escrevemos e mostra que valorizamos o nosso trabalho e esforço em produzir algo que merece ser lido.