Tocando em frente

A música "Tocando em frente", de composição de Almir Sáter e Renato Teixeira, sempre me fascinou. Quando a ouço sinto uma grande satisfação e começo novamente a desenvolver reflexões, ela parece convidar-nos a isso. Que felicidade tiveram os autores nesta letra, poética e filosófica. Eu extraio muitos valores e lições dela. É motivadora. Por isso, resolvi aqui externar algumas das reflexões que esta música me proporciona, e tenho certeza que muitos que lerem esta crônica, com certeza passarão a ouvir "Tocando em frente" com outros ouvidos.

"Ando devagar porque já tive pressa/E levo esse sorriso porque já chorei demais/Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,/Só levo a certeza de que muito pouco eu sei,/ou, Nada sei."

Com o tempo o ser humano aprende a controlar a ansiedade. Quando se é jovem a impulsividade e ansiedade são atributos quase que comuns a todos, mas, ao passo que se envelhece, adquire-se experiência, e com esta aprende-se a ler melhor determinadas situações onde, na maioria das vezes, sabemos que o resultado poderá ser diferente, e diverso daquele que num primeiro momento se apresenta. Tem aqueles que demoram um pouco mais para conquistar este controle na vida, o de saber esperar, ter paciência. Falei dos jovens, porque os jovens sem experiência acabam quase sempre "metendo os pés pelas mãos", mas tem muito adulto que também é assim. Acho que é difícil criar um padrão comportamental com base na faixa etária, talvez, até um erro. Maturidade nem sempre acompanha a idade biológica. Para muitos, ela nunca chega.

Não adianta termos ansiedade, pressa em resolver algo, pois existe muita coisa na vida que tem seu próprio tempo para se revolver. A paciência é uma virtude, exercitá-la é um dom não disponível - ou não compreendido e exercitado - a todos. Adianta querer comer uma hortaliça da roça caseira se não tiver paciência para plantá-la, cultivá-la e esperar o momento certo de colhê-la? Das duas uma (ou, quem sabe as duas): ou irá comer a hortaliça "verde", ainda precoce para a colheita ou não ira comê-la, pois não fará sequer o plantio, ou se o fizer, deixará que ela sucumba por falta de cultivo. Pressa é isso, não saber ou não querer considerar que certas coisas na vida, para o resultado almejado, têm seu próprio tempo de acontecer.

É normal que a certo momento da existência caiamos em consciência que saber esperar, não ter pressa, compreender o compasso só trará benefícios. Muitas vezes, numa discussão mais acalorada o ideal é que não se queira resolvê-la com os nervos alterados. No dia seguinte, com mais calma e serenidade, uma melhor solução pode se apresentar naturalmente.

O pré-julgamento induz mais facilmente à injustiça. Em certas ocasiões a primeira leitura da situação ou conduta pode levar a conclusões precipitadas, com atitudes que nem sempre são contornáveis. Já dizia o sábio, depois que a flecha é solta, não há como impedi-la de seguir seu curso e, talvez, acertar seu alvo previsto. Em acertando o alvo, caso haja arrependimento, só resta retira-la do alvo, mas uma marca ela deixará. Inevitável.

Sorrir, apesar do que quer que tenha acontecido mostra maturidade para enfrentar as mais diversas situações que a vida nos proporciona, por pior que elas sejam. É muito mais fácil, sem dúvida alguma, chorar e se entregar ao problema, parar ante aos obstáculos, a transpô-los e seguir adiante. O fato de se sorrir apesar de tudo não significa uma não consciência da eventual gravidade da situação enfrentada, mas revela sim uma segurança e confiança - seja em si, ou numa força maior - para enfrentar tal situação. Problemas são resolvidos mais facilmente quando encarados, com razão e senso crítico capaz de enxergar uma saída. Às vezes, o que parece ser um problema, se mostra mais adiante uma solução para algo muito pior, ou que poderia ser pior. A experiência, eivada de paciência, ensina a lidar com isso, a ter um olhar em longo prazo, mais mediato que imediato.

Sorrir apesar de tudo, pode ser sim porque se tenha adquirido a consciência de que já chorou demais e que choros em demasia em nada adiantam para resolver problemas, ou reverter situações, e que há melhores soluções quando são superados ou assimilados, de forma racional. Também, pode significar, e por que não, que enfim adquiriu-se o senso crítico necessário para não deixar que o problema seja o mote principal da vida, e que embora se esteja num dado momento enfrentando um problema, consegue-se levar em consideração as demais coisas boas que se tem na vida, cujas quais não desaparecem simplesmente ante a qualquer situação negativa. Ou quem sabe, ao olhar o próximo, com uma situação muito pior e dando um grande exemplo ao enfrenta-la com dignidade e sobriedade, além da certeza de que passará, pois sempre depois da tempestade vem a bonança. Nada é tão duradouro que não acabe.

A consequência de se ter mais paciência e confiança na vida e, sobretudo, em si, é sim sentir-se mais forte, mais feliz. A única certeza da vida é a morte, disto sabemos logo ao adquirirmos certa idade que nos proporcione consciência capaz de enxergar a vida fora do universo lúdico da infância. Ficamos fortes, ou nos sentimos assim quando temos mais controle sobre nossos sentimentos e racionalidade - sem deixar o afeto de lado - para lidar com situações boas e ruins da vida. Felicidade é este estado de espírito que vem deste controle, deste jeito diferente de encarar a vida, de vivê-la. Do nascer ao morrer teremos, intercalados, momentos bons e ruins. Um não elimina o outro, mas um pode servir de incentivo para enfrentar o outro. Uma coisa ruim não elimina as mais diversas coisas boas de nossa vida. Quer um exemplo? Não é o fim do mundo porque você bateu o carro novinho que acabou de tirar da loja, justamente porque este evento não vai interferir na saúde de sua família, eliminar seu emprego ou fazer seu filho entrar em depressão. Vai? Então, resolvido este problema, tudo volta a ser como antes. Assim, não encare como estranho se você sair do carro e der uma boa risada do ocorrido, pois sabe que será resolvido.

É absolutamente normal não ter certeza da felicidade plena. Ninguém é feliz por completo. Podemos ser felizes com muitas coisas em nossa vida, mas infelizes com outras. Felicidade está ligada ao grau de satisfação que temos nas mais diversas coisas e situações da vida.

Apesar de saber muito sobre algo, ter a certeza de que sabe pouco, ou que não sabe nada, é a demonstração de um estado de consciência em relação aos demais, que se reflete na humildade. Ninguém sabe tudo, e nunca saberá. Com esta consciência torna-se aberto e hábil a novos conhecimentos. Faz com que se olhe para o próximo e o enxergue por dentro e não por fora, pois a visão externa pode nos trair, e o fato de subestimar o próximo pode - com certeza - causar surpresas, por vezes desagradáveis. De que adianta saber muito sobre algo e utilizar este conhecimento apenas para diferenciá-lo dos demais, quando na verdade isto deveria ser motivo de aproximação. Um dom, não usado para o bem, é dom mal utilizado.

Refrão: "Conhecer as manhas e as manhãs,/O sabor das massas e das maçãs,/É preciso amor pra poder pulsar,/É preciso paz pra poder sorrir,/É preciso a chuva para florir."

Para quase tudo na vida - não se querendo generalizar, dizendo que "para tudo" - tem várias formas de se lidar. Muitas vezes não seguindo o protocolo, mas com jeitinho, que popularmente se diz "manha". Nunca ouviu: "fulano tem a manha de fazer algo". Pois é, faz parte do aprendizado na vida conhecer as manhas de todas as coisas, ou de todas as coisas que sejam possíveis de se conhecer, pois saber tudo, ninguém saberá, já disse. O que se infere disto é que na vida é preciso ter flexibilidade em tudo, e não desistir, conhecer as manhas é ter habilidade, talento (na maneira de proceder, de realizar algo), é ter desenvoltura, destreza. E como se consegue isso senão indo atrás do conhecimento, sendo sensível aos sinais apresentados, sendo flexível? Ortodoxia demais - com o perdão da redundância - só atrapalha. Achar que algo pode ou deve ser feito apenas de um jeito é não ser humilde de não estar aberto para novos conhecimentos.

As manhãs revelam muito do dia que está nascendo, e pode nos ajudar por demais a programá-lo. Apesar de parecerem iguais, nenhuma manhã é igual a sua antecessora, nem que seja para ser considerado que na manhã seguinte você é uma pessoa diferente da manhã antecessora, pois algo de novo aprendeu, e se não se deu conta é porque não prestou atenção. Muitos, ao se levantarem, só de olharem e conhecerem as manhãs sabem como será o seu dia. Sabe-se se vai chover, se vai fazer sol, se algo de estranho está para acontecer. É um privilégio poder se antecipar aos fatos. Pela leitura da manhã o sujeito sabe se vai chover, leva seu guarda-chuva e não se molha. O outro, que não sabe fazer a leitura, ou não quis, pode se arrepender durante o dia.

Entre "manha" e "manhã" a única diferença gráfica é um sinal diacrítico (~) que indica a nasalização da vogal sobre a qual é posto. A princípio, uma balela, que facilmente pode passar despercebido numa leitura rápida e desatenta. Porém, este sinal gramatical difere as palavras por completo na semântica. Ambas são substantivos femininos, mas seus significados são totalmente estranhos entre si. Muitas vezes, numa desatenção fazemos uma leitura errada e ignoramos os detalhes, e justamente estes é que podem nos induzir ao erro. Quando o erro é só de consciência, que não se reflete em atitudes externadas, vá bem. Mas quando o erro desencadeia uma atitude dissonante ao que realmente significa, apenas por questão de impulsividade dos atos decorrentes, injustiças podem ocorrer, e irreversíveis.

Igualmente, pode-se extrair a mesma reflexão entre "massas" e "maçãs", muito parecidas na grafia, mais ainda na locução, que induzem na associação do mesmo grupo de objetos: alimentos. Porém, tão diferentes entre si na essência. Nem tudo que parece é, mas pode confundir e muito. Conhecer as diferenças, saber respeitá-las e utilizá-las só faz bem. O diferente não quer dizer que é errado, é só diferente, com propósito diferente.

Se não serve pra você, pode servir para o outro, se não é de seu agrado, pode ser de outro, e assim por diante.

O amor é o combustível do motor da vida. Quem ama, no mais amplo sentido e nas mais diversas acepções, sente o pulsar diferente do coração. Dizem que os reflexos do amor são interferências biológicas, precisamente na corrente sanguínea. Quem ama sente mais, quem não ama não sente pulsar, é frio, imóvel, inerte. Não sabe ainda o sabor da vida. Não tem pelo próximo a compaixão que induz ao respeito. É pedra.

O sorriso é o reflexo da paz interior. Apesar dos problemas, quem sorri está em paz consigo, com Deus, com o universo. Não adianta tentar esboçar um sorriso quando internamente não há paz, só há conflito, desespero e desesperança. Um sorriso é uma das manifestações corporais mais aprazíveis de convivência. Ao sorrir diz-se ao outro que está tudo bem, que ele é aceitável, que a situação está sob controle, demonstra que você não é uma ameaça e por isso cria uma aproximação natural das pessoas. Dizem: "um sorriso abre portas". A paz interna que proporciona um sorriso é a paz transmitida nas relações, e que só ajuda na convivência. Como estar em paz com os outros se não estiver consigo? Impossível.

Muitas vezes a chuva atrapalha a vida cotidiana. Há os que a odeiam. De certo, um dia chuvoso é triste, traz sensação de depressão, sem contar que gera inúmeros inconvenientes. Mas estes mesmos que odeiam a chuva, geralmente amam - ou, simplesmente gostam, ficam satisfeitos - receber flores, ou até, simplesmente, de estar em contato com elas. Podemos tirar deste fato que, uma coisa ruim, muitas vezes é necessária para que surja uma coisa boa. Não há vida sem água, sem ela não há campo florido, sem ele não há contemplação e satisfação. Assim são os problemas e situações desagradáveis em nossa vida, precisamos aceitá-las e assimilá-las, porque adiante sabemos, ou acreditamos e esperamos, que venha coisa boa. Quantas são as ocasiões em que a convivência com pessoas que não gostamos são necessárias para que não magoemos as pessoas que amamos? Muitas. Se quisermos um resultado bom, temos que saber aceitar os sacrifícios que nos são impostos. Se gostar de uma flor, saiba que para ela existir, teve de chover.

"Penso que cumprir a vida seja simplesmente/Compreender a marcha e ir tocando em frente/Como um velho boiadeiro levando a boiada/Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou/Estrada eu sou."

Ao longo de nossa existência nos questionamos sobre o nosso papel na vida. O que Deus quer de mim? Qual é a minha missão? De onde vim? Para onde vou? Quem eu sou? Acredito que ao longo desta existência, muitas destas questões são respondidas, e consequentemente determinamos nosso papel na vida. Quando isso acontece, quando nos encontramos internamente e resolvemos muitos dos conflitos, penso que tudo fica bem mais simples. A certeza que deve nortear é sempre caminhar pra frente, tocar em frente. O passado só deve ser considerado como aprendizado para ações presentes e futuras, nada mais. Remoer o passado é um convite a amargurar-se. O passado não volta, fica em algum lugar inacessível e imodificável. O perdão não dado é o significado claro de prisão ao passado.

A vida de cada um é única. Não há como um querer viver exatamente a vida do outro. Devemos é compreender a marcha, ou seja, o sentido e a dinâmica de nossas próprias vidas, olhar pra frente e nesta direção seguir. Tocar em frente refere-se a progredir, não só alcançando distâncias maiores, mas alcançar patamares maiores como indivíduos. Acredito que estamos nesta vida para progredirmos como pessoas, ou seja, melhorarmos sempre. Para isso, como dito, reconhecer que nada sabe do todo é a humildade abre-alas para o progresso, no sentido de evolução pessoal e espiritual.

O "velho boiadeiro que toca a boiada" é uma alegoria da experiência adquirida na vida, que nos torna pessoas cada vez melhores em todos os sentidos, seja pela paciência e não ansiedade, pelo conhecimento adquirido para lidar com as situações diversas, conexas ou não, da vida. Dela extrair o que de melhor tem para nos oferecer. O "velho boiadeiro que toca a boiada" não se deixa mais trair-se pelos percalços do caminho, pois já os conhece. Graças à experiência. Não deixa de cumprir com sua obrigação, retornando na estrada que iniciou. Pelo contrário, vence os obstáculos, e chega ao destino. Não desiste.

Cada um tem seu caminho a trilhar. Cada um é um caminho que pode conduzir outrem, seja para o bem ou mal. A experiência utilizada de forma correta nos caracteriza como qual caminho somos para os que precisam. Um caminho não tem razão de existir senão para ser percorrido e levar a algum destino. Nós temos uma razão para existir, quando isso é compreendido temos conhecimento da marcha, do compasso, e tudo segue mais naturalmente. Um caminho pode ou não ser confiável. Só sabemos depois que o percorremos, por isso o risco é grande para quem não conhece e mesmo assim decide percorrê-lo. Pode parecer que conduz ao destino almejado, mas somente no fim é que se conclui que não. Muitos caminhos podem levar ao mesmo destino. Saber escolher o mais correto e virtuoso é uma das tarefas para se entender a marcha e compreender a vida, bem como nosso papel nela. Nem sempre o caminho mais curto e fácil é o ideal para o destino almejado. Um caminho longo, com pedras e desafios pode ser uma interessante experiência evolutiva, muitas vezes necessária. Atalhos, em si, geralmente não são boas opções. São sim, traiçoeiros. A chapeuzinho vermelho, se não tivesse sido traída por sua preguiça e ansiedade, jamais teria sido enganada pela falsa promessa do lobo. Na vida, muitos lobos nos apareces¬sem disfarçados indicando atalhos. Porém, o caminho mais curto é sempre aquele que conhecemos.

"Todo mundo ama um dia todo mundo chora,/Um dia a gente chega, no outro vai embora/Cada um de nós compõe a sua história/Cada ser em si carrega o dom de ser capaz/E ser feliz."

O sentimento é inerente ao ser humano. O amor modifica as pessoas, e possivelmente ninguém passará por esta vida sem amar. Embora este amor possa não ser correspondido. Todos nós temos nossas fraquezas, e compaixão pelo próximo, ou pelo sofrimento alheio não nos torna piores. Se a vida é uma só, e nos instiga a conhecer nosso papel nela, por que não demonstrar os sentimentos? Sorrir faz bem, mas chorar também. Ambas são emoções que estimulam nosso organismo. Podemos chorar de felicidade ao matar a saudade da pessoa amada. Não podemos? Então, os sentimentos nos nivelam como seres humanos. Não há porque envergonhar-se deles.

Nada, nem ninguém, são eternos. A morte é a certeza da vida. Quantas pessoas passaram e ainda vão passar por nossas vidas? Muitas. Nós passaremos pela vida de quantos? De muitos. Eu poderia dizer que destas passagens o que fica, realmente, são as coisas boas que nos deixam e que deixamos. Mentira. Tudo fica ou pode ficar, depende muito do grau de importância, ou do tipo de relacionamento.

Destino. Será que tudo que acontece em nossas vidas é porque estava escrito, ou prescrito, pré-definido para acontecer, ou nossa vida é construída por reflexos de nossas ações e omissões? Entregar-se por completo a um problema e nutrir sofrimentos relativos ao passado, a meu ver, são formas de compor mal a própria história. Diversas são as histórias de superação que podem nos motivar e comprovar que esta história de destino é desculpa para quem não quer assumir os riscos das escolhas, ou os reflexos por uma atitude ou omissão incoerentes com o que se esperava em dados momentos.

A capacidade de cada um existe. Quem pode descobri-la e pô-la em prática é cada um a si próprio, ninguém mais. É impossível fazer com que alguém tome certa atitude, que aja ou não aja de certo modo se ela própria não acreditar que é capaz, e fizer por onde. Da mesma forma, não se faz uma pessoa feliz ou infeliz. O estado de felicidade é subjetivo, e inerente às convicções de cada um.

Ande devagar, não tenha pressa, tenha paciência, compaixão e respeito ao próximo, seja humilde e saiba diferenciar as coisas sem discriminar nada nem ninguém, sinta suas emoções, ame, deixe-se amar, acredite que você é capaz de muitas coisas nesta vida, quando compreendê-la e usar o passado a seu favor. Inclusive, poderá até ser feliz.

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Fabio Diaz Mendes
Enviado por Fabio Diaz Mendes em 06/08/2014
Reeditado em 06/08/2014
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