AO CAIR DA TARDE
Hoje caminhei de volta a um passado sem amanhã. A trilha que tomei eram meus pensamentos embalados por uma saudade de lembranças que relutavam dentro da memória de longo prazo. Eram acontecimentos pontuados feito estrelas no céu, faiscando dentro de meus olhos perdidos sob este imenso firmamento de meu Deus. Um passado revivido no presente, ausente de toda tormenta que se foi, sem cobrança, tendo como fiança a discreta confiança! Tudo parece ainda vivo, preservado na brisa aconchegante de uma canção entoada pelo vento, esse mesmo vento que ondulava os cabelos negros ao sabor do mar, do sol...do sol que tingia tua pele morena com um chocolate especial, que tantas vezes desejei devorar feito criança perdida num doce sonho!
Atravessei a longa ponte do tempo, e os ponteiros do relógio caíram um à um em sinal de uma nova era a ser vivida, sem anseios ou rancor. Mergulhei os pés descalços nas mornas águas de nossa praia e aquela sensação gostosa de beijar-te novamente se fez presente! Teu sorriso iluminava meus passos cautelosos, tímidos, a trazerem os velhos medos de caminhar e machucar novamente o terreno sagrado de teu coração. Hoje sei que não foi um tempo perdido, mas vivido em uma era sem ponteiros, onde o próprio tempo não tinha importância naquela dança de emoção!
Hoje caminhei de volta a um passado sem pensar no amanhã, porque o hoje é o que importa, o que nos faz sonhar e acreditar na vida, infinito modo de estar no mundo, meu e teu submundo mais intenso, denso só de pensar. Então ouvi o murmúrio das águas a escorrer de te, o explodir das fontes a sair de mim pelas tuas mãos em uma serenata de amor! misturei saudade, carinho, desejo, sentimentos mil...em meio a milhões de estrelas a desenhar teu sorriso no céu de tua boca que há de abrigar minha'lma em breve com toda sua plenitude para nossa alegria!