Olhos nos Olhos.
Por Carlos Sena



Ontem fiz diferente. Saí de casa e fui pra rua. Bem entendido: fui visitar amigos, bem ao modo do tempo em que havia "galos, noites e quintais". Fui conversar ao vivo e em cores com antigos amores. Porque os amores antigos "não desbotam, nem soltam as tiras que nos uniram num passado que nunca passou"... Fui ver Sonia e fui ver Vicente. Sônia, irmã e amiga da terra dos papacaceiros - a Bom Conselho que a tantos provoca saudades. Vicente, velho amigo dos tempos de INAMPS. Fui. Bebi e comi, literalmente. Bebi e comi na força de expressão maior que transcende o beber um vinho ou comer um cuscuz com banana comprida. Bebi saudades no copo do coração. Comi as iguarias próprias que as saudades doídas nos provocam quando ao vivo nos encontramos. Joguei conversa fora e conversa adentro. Despi o sentimento de qualquer distancia que o telefone frio nos proporciona e que o facebook nos aprisiona. Vi nos olhos dos dois e senti neles como se o tempo não houvesse passado. Senti ali o tempo presente em nós em cada olhar de cumplicidade. Por isso, ser feliz custa pouco. Custa, certamente o preço da decisão de desligar um pouco o computador e esquecer o facebook. Trocá-lo pelo FACEBUSQUE dos que um dia nos foram caros e permanecem divinos em nossos corações.