Desconstruindo armários

Autoaceitação é infinitamente mais importante que falar pro mundo: SOU GAY, I WILL SURVIVE!

Ninguém sai por aí declarando se heterossexual. Sair do armário é um gesto inerente as pessoas LGBT’s. No entanto, penso que o sexo de quem você ama, beija, transa, namora ou casa não deveria importar aos outros, nem necessitaria ser anunciado. Não existe religião, cor ou sexualidade que seja certa ou melhor, da mesma forma que não existe uma que seja errada. Desse modo, a religião, a cor, o pensamento ou a sexualidade de cada um tem que ser respeitada. Você pode até não concordar com as categorias desses fatores em que as pessoas se situam, mas o respeito é OBRIGATÓRIO. Estamos falando de seres vivos, e acima se tudo SER humano é praticar o respeito na sociedade. É um mundo quase utópico esse, mas disse quase, porque acredito que um dia chegamos lá.

Sair do armário é uma atitude tanto individual quanto social. Cada um tem sua hora, as pessoas com que se abre e alguns, só tem o porquê não abrir a porta e sair de lá. Nesse ato pesa muito o fator da autoaceitação e o medo da aceitação dos outros. Importar com que outros pensam de você, influencia muito como nós nos sentimos. Agora essencial é saber de quem o pensamento ao seu respeito realmente é importante.

A primeira vez que falei a alguém sobre eu ser gay, lá em 2009 ouvi a seguinte frase depois de minha declaração: VOCÊ TÁ FELIZ? POIS O QUE IMPORTA É SER FELIZ! Com o passar dos anos, mais e mais gente foi sabendo, alguns sendo informados por mim, alguns por perguntar e outros por uma rede de comunicação semelhante à da brincadeira de telefone sem fio da nossa infância. Nessas horas, o gay é meio que uma celebridade, assunto popular e do interesse de gente que nem o conhece, deveriam até postar manchetes na globo.com, ti-ti-ti, ego, etc, pois assim mais gente tinha acesso a essa informação tão útil a todos.

Mas vamos à motivação desse texto: A DESCONSTRUÇÃO DE ARMÁRIOS. Vejo-me frequentemente quebrando armários (pois agora esses são de vidro transparente). Há sempre a necessidade de sair de algum armário, seja ele erguido pelos outros, que, mesmo sabendo que as pessoas são homossexuais, insistem em negar-lhes à liberdade de serem como elas são onde, como e quando quiserem. Não quebrar esses armários acaba levando a uma reconstrução daquele tão temido armário de reclusão individual e social que muitos levaram anos pra sair. Então seja pelo amor ou pela dor, que os armários sejam quebrados até que seus vidros e madeiras sejam extintos, seus alicerces sejam arrancados e que a cada vez mais, esse mundo melhor pra todos, onde realmente habitem humanos aptos a viver em sociedade, deixe de ser quase utópico e comece a virar realidade.

Bené Rodrigues
Enviado por Bené Rodrigues em 04/08/2014
Código do texto: T4909357
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