O caso do tigre
Fiquei surpresa ao saber que um menino de onze anos, visitando um zoológico, foi capaz de cometer a enorme imprudência de ir mexer com um leão e um tigre, tendo tido o braço direito dilacerado por este último, o que provocou um ferimento tão sério que ele precisou amputar o membro. Ora, um menino de onze anos é um pré-adolescente e já deve (ou deveria saber) que um tigre não é um animal do qual se possa aproximar. É um animal lindo, mas perigoso, cuja mordida e patada são potencialmente letais. E se o pai, conforme relatos de testemunhas, incitou o filho a fazer algo tão estúpido, ele não tem sabedoria para ser pai e educar uma criança, ensinando-a a ser prudente e não se aproximar de certos animais.
Bem, a verdade é que o ser humano é perito em fazer coisas tolas, como dirigir embriagado, fumar, fazer sexo sem proteção, usar drogas. E depois, ainda nos gabamos de ser racionais. Mas um animal irracional como um veado não se aproximaria de um tigre ou de um leão, porque, já que um veado é uma presa, sabe identificar um predador e, como possui o instinto de sobrevivência, faz de tudo para evitar o perigo ou correr dele. Porém, os seres humanos, com todo seu conhecimento e racionalidade, arriscam a própria vida sabendo que estão arriscando. Como cheguei a essa conclusão? Quem fuma, sabe que poderá desenvolver câncer ou outras doenças, não sabe? O certo não seria que as pessoas nem mesmo começassem a fumar, com tanta informação sobre os males do cigarro? Mas muitos começam a fazê-lo e depois, não conseguem se libertar do vício assassino! Estou dizendo isto porque, ainda que nos surpreendamos com a inconsequência desse menino, que quase teve resultados fatais, devemos entender que as pessoas são capazes dos atos mais inacreditáveis, arriscando suas vidas de forma tola, como se isso fosse uma brincadeira.
Para nós, que assistimos ao desenrolar dessa triste história na televisão ou Internet, o que houve foi um caso que nos dá margem para reflexão. Quanto ao menino, ele ficará com sequelas irreversíveis e terá o resto da vida para se lamentar de sua imprudência.