JOGO DOS 7 ERROS
Nesta semana fomos surpreendidos com a notícia de que, um garoto de onze anos teve o braço dilacerado por um tigre, no zoológico do interior do Paraná, num “acidente” provocado por uma sequência de erros que continuarão a se repetir, enquanto não houver uma revolução comportamental no povo brasileiro.
Erro 1- Zoológicos:
Para satisfazer a curiosidade e numa demonstração arrogante de superioridade, o ser humano escraviza os outros animais, suprimindo-os dos seus habitats naturais, do convívio com os demais das suas espécies e, bem mais desastroso, interferindo na cadeia alimentar porque quando se subtrai um predador X, aquelas espécies que são presas sofrem o fenômeno da superpopulação que alterará as equações “presa x predador” em todos os níveis, anteriores e posteriores ao predador X;
Erro 2 – Recintos:
Os recintos onde os animais escravizados ficarão expostos à visitação pública, devem, no mínimo tentar reproduzir o ambiente que o animal teria se estivesse em vida livre e o mais distante do contato com o ser humano a fim de minimizar o efeito traumático desse contato onde, muitas vezes, os animais são agredidos e geralmente perturbados, principalmente, tratando-se de animal não gregário e territorialista como o tigre;
Erro 3 – Vigilância:
Onde estavam e o que faziam as pessoas que são contratadas para manter a ordem e garantir o mínimo de proteção aos animais cativos e aos visitantes?
Erro 4 – Educação:
As crianças atualmente são criadas sem qualquer orientação dos pais ou responsáveis. Não recebem educação doméstica, não reconhecem nenhuma autoridade, são desobedientes e fazem tudo que acham conveniente como se o mundo estivesse ao seu inteiro dispor, para tudo e a qualquer momento.
Os pais ou responsáveis têm o cinismo de pedir:
- Fulano, por favor, pare com isso...
Onde já se viu um educador ou quem tem autoridade pedir - por favor - que a outra pessoa, principalmente uma criança teimosa faça o que é certo, o que é conveniente?
Os pais dos dias atuais agem como se fossem devedores dos filhos, como se não tivessem a obrigação de orientar, proteger, alimentar, instruir e punir por deslizes de conduta.
É como se nunca tivessem tido noção do que seja dignidade e respeito às normas sociais.
Estão criando marginais, sociopatas cujas vontades absolutas têm que ser satisfeitas a qualquer custo;
Erro 5- Responsabilidade:
O adulto que leva uma criança para locais potencialmente perigosos, como zoológicos, parques, pistas de patinação, velódromos, piscinas, praias, bosques, etc. não podem, sob qualquer hipótese, desviar a atenção.
E essa responsabilidade é extensiva a todos os adultos que presenciem um mal feito porque, civilidade é obrigação de todos;
Erro 6 – Filmagem:
Um irresponsável presente, quando viu o garoto correndo de um lado para outro junto à grade de proteção do recinto onde estava o tigre, em vez de tirá-lo de lá, a qualquer custo, ou chamar um guarda, limitou-se a filmar a cena, talvez na intenção de ganhar algum dinheiro com o filme;
Erro 7 – Isolamento e avaliação:
Depois de revidar a invasão do seu recinto, o tigre foi recolhido ao isolamento, talvez para ser submetido a outros sofrimentos além da solidão a que está condenado para o resto da vida.
O veterinário do zoológico considerou que o ataque se deu porque o tigre associou o garoto a uma presa.
Eu não concordo com essa afirmação.
Minha discordância reside no fato de tratar-se de animal territorialista que viu seu ambiente ser invadido pelo braço do garoto, através da grade e o movimento que ele fez foi para afastar o invasor.
Se o tigre tivesse a intenção de comer a presa, ele teria arrancado o braço e levado para um canto qualquer do recinto, porque ele tem dentes e presas para isso, além do que pesa mais de 200k, portanto seria facílimo para ele fazer.
Eu espero que as consequências desse joguinho dos sete erros sejam:
- Transformação do zoológico em parque exclusivamente para seres humanos, com todos os equipamentos necessários ao lazer e bem estar;
- Que os animais ali confinados, sejam reintroduzidos em seus habitats naturais;
- Que os vigilantes sejam processados por negligência no exercício de suas funções e dispensados;
- Que o pai do garoto seja processado por abandono de incapaz, por lesão corporal e perca o pátrio poder;
- Que o menino seja adotado por uma família que tenha educação bastante para torná-lo um homem de bem;
- E a pessoa que se limitou a filmar a brincadeira perigosa, em vez de agir como cidadão, seja processado por negligência diante de uma situação de risco em que um incapaz estava envolvido.