No chão agora

Na montanha deserta entre árvores ao vento sentindo já a alegria do fim que se aproxima de tudo que me dói por dentro caminho livre sozinho respirando o ar puro da noite estrelada ouvindo o rumor dos galhos nas copas enquanto subo até o alto mais alto onde me deitarei no chão e serei coberto por folhas terra vento estrelas tudo me cobrirá de vida e lá ficarei até o fim de tudo que me fere de todos os gritos e ódios e indiferenças de todas as vaidades e ambições mesquinhas de tudo que me faz mal e que agora segue para longe aos poucos com o vento e a noite e eu deixo que siga sentindo-me cada vez mais leve cada vez mais livre cada vez mais eu - - - - - - - - - -

No caminho entro nu numa cachoeira gelada que me corta a pele a carne os ossos e me lava por dentro por fora me vira do avesso porque é assim na montanha à noite em meio às árvores ao vento sob as estrelas que dizem com seu brilho é assim é isso estar em comunhão com a vida que pulsa sem saber por que é buscar o ser livre em nós que também é vento terra água árvore e noite e nada do que me machuca na civilização importa nada disso que move os homens em sua faina diária por reconhecimento poder riqueza nada disso importa nada - - - - - - - - - -

No chão agora entre terra corpo espírito folhas árvores céu não há nada somos um só e os sons da noite e o brilho das estrelas - - - - - - - - - -

Obrigado Deus por eu me saber e amar ser tão pequeno.

Flávio Marcus da Silva
Enviado por Flávio Marcus da Silva em 01/08/2014
Código do texto: T4905691
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