Pet e o fantoche

Como todo garoto esperto que gosta de se divertir, Pet estava sempre à procura de novos brinquedos para preencher o seu tempo com boas atividades recreativas. Era conhecido através dessa minúscula palavra porque assim gostava de ser chamado e era a forma reduzida do seu nome, Puppet.

Gostava de conhecer novas pessoas e era na verdade um tipo extrovertido e muito alegre. Noutros momentos, ele poderia se mostrar agressivo, áspero ou brando, demonstrava amor ou ódio, alegria ou tristeza. Dependendo da situação causada pelo comportamento das pessoas e da forma como elas o tratavam.

Num certo dia Pet visitou uma loja de brinquedos acompanhado do pai, viu muitos brinquedos interessantes, entre eles, um boneco muito bonito pelas suas formas, cores e tamanho. Pegou aquele boneco e procurou informações junto ao atendente de como o usaria nas suas brincadeiras. Aprendeu ali que aquele objeto tinha o nome de Fantoche e ele apenas deveria manipular o boneco com movimentos feitos pelas suas mãos, aplicando uma tonalidade e variedades de vozes criando situações parecidas como o seu dia-a-dia e a brincadeira começaria e terminaria dessa forma.

Logo nos primeiros dias de muita brincadeira, percebeu a enorme facilidade que tinha de manipular aquele brinquedo, já que dependia apenas dos seus próprios movimentos, voz etc. Um fato curioso é que Pet notou através do brinquedo e das brincadeiras que existem também pessoas facilmente manipuláveis, ou seja, que agem de acordo com os movimentos e palavras dos outros. Pet lembrou de pessoas que vivem o conteúdo da frase: “minha educação depende da sua”. Tembém de pessoas que defendem e praticam o “devolver na mesma moeda”.

Ele aprendeu que essas crenças e valores levariam qualquer pessoa a agir em função da ação dos outros e determinariam quais atitudes deveriam tomar, quer fossem boas ou ruins. Ainda mais, assim como um fantoche, essas mesmas pessoas teriam que mudar a cada contato que tivessem com outras, já que são tratadas de modo diferente quase sempre.

O ápice desse aprendizado na vida de Pet é que ao observar a si mesmo e a outras pessoas nas suas atitudes e palavras, descobriu que existem outros tipos de “fantoche”, com outras características, por exemplo: Caminham, falam, trabalham, estudam, vão à igreja, se divertem e possuem nomes diferentes, mas, assim como o seu brinquedo agem de acordo com o que os outros falam ou fazem a elas. São simplesmente “fantoches” personificados.