SUA FELICIDADE ESTÁ NOS OUTROS?

O vizinho, o desconhecido, é o depositário de minha felicidade? Qual a razão da vida de terceiros interessar tanto? O que traz de construtivo saber o que tem, qual sua importância social e demais reflexos de sua personalidade?

É outra pessoa, ou minha pessoa? Por que seu padrão me interessa tanto? Está na cabeça dos outros e não no meu interior minha possível felicidade? Isto não me faz um ser estranho?

Parece que todos são estranhos, pautam sua vida pelo que os outros têm ou são ou representam.

Um mundo diferente, ser como os outros e não como você. Soa patológico, soa como permanente disputa, pior, disputa impossível que traz as dissenções.

Sem anatematizar de forma genérica as razões dessa calamidade, estamos diante de uma acirrada corrida, a briga de você para ser igual aos outros, não a você mesmo, missão impossível e doentia.

É a total falta de substância, vazio de conteúdo, um interior desertificado.

Esse o grande objetivo, ser o que os outros têm ou são. Que mundo falso é esse com você mesmo?

É a felicidade? Sim, para os que se satisfazem com a teatralidade da ficção, da aparência, no mais das vezes suportadas com graves prejuízos pessoais, desde a alimentação até outros básicos suportes existenciais.

“Severidade, violência, perigo, guerra, são valores tão valiosos como bondade e paz”, apregoava Nietzche, e diz a razão que entende justificada: “Ganância, inveja, mesmo ódio são elementos indispensáveis no processo da luta, da seleção, da sobrevivência. O mal está para o bem como as variações para a hereditariedade, como a inovação e a experiência para os costumes; não há desenvolvimento sem uma quase criminosa violação de precedentes e da “ordem”. Se o mal não fosse bem o mal desapareceria.”

NÃO DEIXA DE TER SUA PARCIAL RAZÃO, QUE PROCEDE, mas deve ser combatido.

Nietzsche nada mais faz do que ser incisivo e realista de forma fundamentalista com o que ocorre. Isto, contudo, não transforma o mal em bem. Serão sempre antagônicos, antônimos um do outro, excludentes. NA VIDA DOS OUTROS ESTÁ A FELICIDADE DOS OUTROS, NÃO A NOSSA, QUE DEVE SER CONSTRUÍDA POR NÓS MESMOS NOS SEUS LIMITES POSSÍVEIS.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 28/07/2014
Reeditado em 28/07/2014
Código do texto: T4899696
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