Satirizando Paul Rabbit (PR)
Ai meus sais.
Como se já não bastasse ostentar títulos e condecorações, agora uma das mais imponentes emissoras televisivas concede, no horário nobre, um espaço para Paul Rabbit. Fiasco!
É consenso que os menos obsequiados também merecem seu destaque, agora, duas horas diárias, é ultraje.
Até Drummond, Machado de Assis, Cecília Meireles e companhia limitada devem estar em seu repouso eterno a travar porfias em busca de uma explicação.
Uma plausível deve ser o currículo que é altivo, concordo. Afinal, entrar pra o “Guinness Book of Records” não é façanha pra qualquer um. E já que não há outra, é melhor ficar com essa mesma.
Talvez amizade, política de boa vizinhança ou outra forma de bajulação velada compute alguns pontos, mas essa explicação não é digna de mérito.
Indignação tamanha é bobagem, dizem por aí.
O povo, desde os primórdios interessa-se apenas por “pão e circo”. E os demais, que no seu recôndito querem um momento de lazer televisivo, têm agora uma opção a menos.
Vale lembrar que canal aberto, muito raramente é sinônimo de educação e cultura. Esporadicamente sim, não por questão de consciência, mas a programação não pode ser totalmente fútil, então durante as madrugadas ou no raiar do dia até são exibidos alguns cursinhos. Fora isso, está condenado a padecer corrompido pelo sistema. Televisivo, o que é pior.
Pois bem, passei um tempo a indagar-me onde havia perdido meu queixo que caiu quando P.R. assumiu uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, do mesmo modo ao tornar-se conselheiro da UNESCO. Dei cabo à busca já que não tive êxito.
E até juraria por Deus, se não fosse pecado, não é por irreverência, somente pura indignação.
A sociedade tem direito a um conteúdo mais qualificado.
E o meu queixo? Ainda está divagando por aí!