Certas horas
Certas horas. E a gente se pergunta: por quê? Então, é quando as coisas, simplesmente, vão. Porque, ora! Uma hora, tudo vai. Se fica, pleno, não foi. Porque, se pleno, é livre. E, o que é livre, vai.
Sim, é lugar comum. Mas, era lugar. Não vulgar. Até que vai. E aí, torna-se comum, o que, antes, era só lugar.
E a literalidade dos significados se perde num mundo de símbolos, que, muito mais, dizem. É a porta que bate. É o silêncio que cala. É o abraço que fala. É a boca que treme. É o olhar que mareja. É a mão gelada. É o beijo não dado. É a música que toca, mas, não toca. É assim.
Tem que ser assim. Porque, certas, as horas.