Cronica de uma sociedade doente
A necessidade de se escrever para ser aceito de alguma maneira, sonhar ser o personagem do seu filme preferido ou ser aquele alguém que você vê uma única vez na rua e que carrega tanta paz de espirito que se torna invejável.
O desconhecido que caminha a passos tão seguros pelo caminho tortuoso embora o solado de seus sapatos esteja gasto. A aceitação se torna algo sumariamente necessário na sociedade em que vivemos que de quando em sempre trocamos nosso verdadeiro eu pelo molde do cidadão perfeito, do humano invejável.
Nosso mundo gira em torno de sonhos banais, de desejos banais. Pois nossos sonhos e desejos são o reflexo do cidadão perfeito, inexistente. Quando ao pó retornarmos levaremos o sabor de féu, e só então nos daremos conta de que nossa chance passou e a desperdiçamos, desfilando em uma passarela de ilusões, reflexo de uma sociedade que padece.
Nos resta a fome que passamos para entrar naquele modelito tamanho 38; o carro que custou o estudo nos nossos filhos e pereceu; e os anos de coleções de quinquilharias que não agregam valor algum.