S O B E R B A.

O Messias veio ao mundo para primeiramente indicar o caminho a seguir, dando a todos os seus filhos, da mesma forma que se conduzem os pais após os ensinamentos ministrados, a liberdade de escolha.

É essa liberdade, legado do Cristo, o bem maior depois da vida, que nos faz conhecer a nós mesmos mostrando nosso eu, do qual não é possível nos escondermos. É a didática que não permite nenhum tipo de aprisionamento do espírito, o que ocorrendo faz nosso ser ficar pequenino diante de nossas realidades. E elas nos dão alegrias ou depressão, esta precedida de angústia e ansiedade. A liberdade de escolha, mesmo a nossa vontade ficta deve ser repelida, imaginosa e imaginária, escorregadia no terreno alheio ao que somos, gerando o pântano da desordem espiritual, nos levando ao caos como ser existencial.

Barrar nossos limites que teimamos em não enxergar, pretendendo ser mais do que somos, é necessário para ordenar nosso ser.

A soberba é o pior dos caminhos, vala comum onde a humanidade se esmaga entre a vontade e a irrealidade, vivendo sozinha sua fantasia de grandeza, logicamente inexistente, anã, falta e bota.

Precisamos enquanto vivemos, na curta passagem que é um sopro como percebia Santo Agostinho, fazer valer nossos sonhos e nossa liberdade, pois tudo que vive é sagrado e deve ser altar do respeito unânime e sacrário da liberdade inviolável. Realizarmos tudo que se coaduna com o que somos e aspiramos é missão que não deve ficar vazia, sem o que comprometemos nosso eu na formalização do sentido traçado para o que viemos em nossa brevíssima passagem. Mas que nos afastemos da soberba, pecado do "caput". Sem tal posicionamento seríamos um espírito que vagueia em busca de sua razão corpórea irrealizada, mesmo após a passagem para outros espaços no transcendentalismo acreditado pelas razões encontradas na fé, com raízes no racionalismo que passa pelos sentidos e se encontra na reflexão dos homens de boa vontade.

Nada seremos além de maltrapilhos fantoches do que aspiramos e pretendemos, deixando de atingir pela liberdade a realidade pela qual não lutamos, perdidos no universo escorregadio da fantasia, da espera que não chega nunca. Sob esse invólucro irreal, necessitamos fugir de nós mesmos de todas as formas sejam quais forem, arrastando vícios e sequelas de toda sorte na procissão da insegurança que arrasta inocentes e vítimas. (Parte de meu livro "A INTELIGÊNCIA DE CRISTO").

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/07/2014
Reeditado em 24/07/2014
Código do texto: T4894392
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