Jóias
Um dia eu acreditei no amor. Achava que ele era a coisa mais preciosa do mundo e, como não sou nada perfeita, tentei manter ele todo ao meu controle. Quis guardar pra mim – e só pra mim. Não queria dividi-lo com mais ninguém, sem perceber que quanto mais preciosa é a jóia, mais ela custa. E, no meu caso, custou caro.
Custou caro perceber que um dia a jóia que eu tanto prezava já não pertencia mais a mim. Me desfazer dela foi a coisa mais difícil que eu passei em toda a minha vida. E até hoje não consegui me livrar do seu brilho, pois sua beleza sempre vai permanecer na lembrança. O mais triste disso é você não conseguir comprar, penhorar ou buscar um novo tesouro. Por mais que existam outras por aí, aquela sempre vai ser a mais bonita e a mais especial.
Não acreditar mais em encontrar preciosidade nas pessoas dói. Porque eu sempre fui alguém que deu valor aos sentimentos, sempre tentei buscar o melhor em tudo; infelizmente, não sou mais capaz de enxergar isso. O mundo me cegou e não sei se essa cegueira é reversível...
Sigo por aí, “prestando atenção em cores que eu não sei o nome”. Torço pra um dia poder acreditar em sentimentos novamente...mas enquanto isso não acontece, permaneço no cinza, já que o colorido perdeu o encanto pra mim.
Publicado em 10 de dezembro de 2009, no blog http://livialambletcosta.blogspot.com