Insana.

Não me leve a mal. Me leve ao bar pra me embriagar. Pois uma mente embriagada é uma mente sem sanidade e uma mente sem sanidade, ah meu amigo, uma mente sem sanidade é uma mente brilhante!

Me leve daqui. Me leve por ali. Me leve ao pôr-do-sol, ao por da lua, ao por do mar, me leve. Me leve pra ficar leve. Me leve pra por minha tristeza de fora. Pra fora. Do peito.

Me leve pra gritar pro mundo. Gritar que eu sou insana. Sim, eu sou. Eu sou insana no meu riso sem razão e no riso com razão também. Sou insana e ponto. Eu sou insana e eu sorrio. Eu sorrio sempre. Eu sorrio pra dona Maria, pro seu João, pro morador de rua que me pede um trocado. Eu apenas sorrio. Eu apenas sou rio. Sou mar. Sou o que quiser ser. E hoje escolho ser insana. Porque as pessoas me cansam com seus papinhos lúcidos. Me irritam. Me intrigam. Me brigam.

É uma pena não acreditar em inferno, pois lá seria o lugar ideal pra mandar toda essa gente sem ideal. Toda essa gente que me cansa os ouvidos. E por isso sou insana. E por isso vou ao lado oposto ao deles. Cantarolando minhas músicas, pra não escutar suas chatices rotineiras.

Sou uma insana lúcida, uma louca consciente. Inconsequente.