O ENGARRAFAMENTO
O ENGARRAFAMENTO
- Vamos todos à praia neste fim de semana! – gritou Fernando, ao chegar a casa, todo afobado.
Fim de semana prolongado por causa de feriado é uma festa para ele, e um tormento para a família.
- Outra vez não, Fernando. – Reclamou a mulher.
- Concordo com ele. – reforçou a sogra.
- Mas desta vez vai ser tudo diferente. Vamos sair mais cedo ainda para não pegarmos congestionamento. Não tem erro.
-Sei não. - resmungou a sogra.
Cidade que acolhe muitos visitantes tem que ter estrutura para acomodar tanta gente e ela tem que recebê-los bem.
- Você já fez as reservas para nos hospedarmos, Fernando?
- Não. Eu tenho um amigo que já me disse que quando formos lá, ele deixaria reservas feitas, com preços bem acessíveis.
- Não sei não. – falou novamente a sogra.
Todos se ajeitaram da melhor maneira possível no carro, e se puseram em viajem. Saíram o mais cedo possível, cerca de três horas da manhã, com a turma toda ainda sonolenta.
A aventura ia muito bem, até chegar à praça de pedágio. Estava entupida de carros.
A sogra foi a primeira a falar:
- Acho que todo mundo teve a mesma ideia que você, meu genro.
- Minha sogra, já que o engarrafamento se desfaz e vamos chegar rapidamente ao nosso destino.
De repente, como mágica, uma fila monstro se formou atrás do carro de Fernando. Se ele quisesse voltar, não teria mais jeito.
Com muito sacrifício e paciência conseguiram deixar a praça de pedágio. Daí sentiram o que vinha pela frente: um congestionamento que não parecia ter fim.
- E agora, Fernando? O que vamos fazer? – perguntou Silvia, sua mulher.
- Vamos em frente. – respondeu.
- Só se formos a pé. – disse a sogra. Eu não te disse que isso não ia dar certo?
- A senhora é que secou nosso passeio.
As crianças só queriam voltar para casa e ficar a vontade.
Cada vez que o carro se movia, Fernando ficava otimista.
- Agora, vai!
E não ia. Anda alguns metros, e parava.
- Não foi por causa de aviso. Só eu te falei cem vezes, e agora estamos aqui com todos querendo ir ao banheiro.
- A mamãe tem razão, Fernando. Não era para termos vindo.
- Até você está contra mim, Silvia?
Discutiram e chegaram a um acordo.
Fernando estava de novo sorrindo, alegre.
- Como é bom andar e uma estrada livre e desimpedida. Olhe aqueles lá, na fila.
- É que você está voltando para casa! – disse a sogra toda satisfeita.