PERDÃO.
Carregar o peso da cruz por ausência em pedir perdão.
Repelir e recusar a falta que se conhece e agride os mais simples conceitos de amor.
Persistir por pretenso entendimento que se pensa superior, quando é baixo e rasteiro, subdesenvolvido, insuficiente, sustentado na soberba de se crer acima da compreensão quando nada compreende da humanidade e de seus valores, e por isso incide no erro de não penitenciar-se, é gigantesco déficit de personalidade.
Não alijar a falta, pedir perdão pelo que fizemos e não há como remediar, fato consumado, anistiar o peso, por um mero ato intimista, personalíssimo, sem publicidade, interiorizado, que não expõe, não fazê-lo exclusivamente por achar que falta não houve, é a vida do nada, do tropeçar a cada instante na inverdade. Não há maior leviandade que mentir para si mesmo. A pena é arrastar a pesada cruz, por partes, de uma vida já madura, e penar.
Dessa conduta nasce o encarceramento do coração, que fica insensibilizado, lidando com o que é desimportante, sem acesso aos planos espirituais, sem possibilidade de abrir as janelas da alma atirando as setas da emoção para visões maiores.
O mundo espiritual não faz escalas, não trafega pelo desamor na intimidade do gesto nem na abençoada irmandade que abraça a solidariedade e reconhece a força do perdão.