AFINAL, ATÉ AONDE VAI O SENSO DE JUSTIÇA DE UMA PESSOA?
Até que ponto chega a barbárie humana?
Existe limite de ação quando se trata de fazer justiça com as próprias mãos?
Na manhã do dia 05 de maio do ano corrente(2014), Fabiane Maria de Jesus foi espancada em Guarujá – São Paulo, após ter sido confundida com uma mulher que sequestrava crianças afim de praticar magia negra com as mesmas.
Segundo a polícia, nenhum boletim de ocorrência foi registrado e tudo não passou de um boato.
A notícia foi veiculada através do face book e logo ganhou dimensão em diversas cidades, ocasionando o mau entendido por parte da população da belíssima Guarujá.
A realidade é que Fabiane, mulher honesta, trabalhadora, de boa índole, nem se quer se assemelhava à mulher da foto.
A reação popular foi rápida e mesclada de indignação e ódio, desencadeando uma desenfreada barbárie que acarretou na morte da vítima.
No momento em que ela passava na rua, alguém gritou: "É essa, é essa! E então começou o espancamento.
Crimes como esse deixaram de ser exceção e passaram a ser regra.
A sociedade não confia mais no Estado como instrumento de resolução de crimes.
A ausência do Estado estimula a injustiça, porém é inadmissível que atos como esse ocorram.
Fazer justiça com as próprias mãos não difere em nada da atitude insana e cruel de Adolf Hitler quando matou mais de seis milhões de judeus, homossexuais, deficientes físicos, mentais e outros, na ocasião do holocausto, na segunda guerra mundial. Hitler sentia-se justificado pelo fato de a Alemanha atravessar uma rigorosa crise financeira, advinda desde o fim da primeira guerra mundial, em 1918, quando sofreu sérias sansões econômicas por parte das nações vencedoras. Seus subordinados, pelo ‘senso” de “patriotismo”, pois estavam apenas cumprindo com seu dever de militares. Ele dizia com propriedade e veemência ao povo alemão que os judeus eram a escória da humanidade e precisavam ser varridos da Europa e quem sabe do planeta, que enquanto eles se enriqueciam, os alemães se empobreciam. Quem serve quem na Alemanha? – Bradava, instigando-lhes o senso de justiça. O que sucedeu então foi uma matança em massa jamais vista, em câmaras de gás, campos de concentração, trabalhos forçados e outros.
Em relação à Fabiane, todos que atentaram contra sua integridade física tinham a falsa certeza de estarem agindo corretamente.
Quanto à internet, sabemos que ela é um instrumento sensacional que propicia informação precisa e rápida, mas que infelizmente tem sido usada de forma inadequada por indivíduos sem caráter e descompromissados com a verdade.
Que casos como o de Fabiane, que teve sua vida ceifada brutalmente pelo “senso de justiça” de alguns que se denominaram, através de suas atitudes, “senhores” da vida, não se repitam. Que todos os envolvidos recebam punições de acordo com seus delitos. Será que receberão? Bem, se depender das inúmeras brechas de nosso obsoleto código penal, é pouco provável!
Eu sou Rogério Ramos e esse é o meu grito de inconformação!