SAUDADE DE JOÃO UBALDO RIBEIRO

João Ubaldo Ribeiro morreu na madrugada da última sexta-feira (18/07), vítima de uma embolia pulmonar. Foi um escritor fascinante. Tive o privilégio de estar com ele no seminário Brasil/Alemanha, no Educar SESC – Fortaleza, no final de 2013. Homem simples, de fácil convivência, dotado de indescritível carisma.

Naquela noite, dividido entre as tarefas de autografar seus livros e dar atenção à imensa multidão que o cercava, não hesitou em momento algum em posar para uma foto comigo. De bom grado, como lhe era peculiar, sorriu para a câmera, isso por duas vezes, tendo em vista o fato de que a primeira foto falhou.

João Ubaldo Ribeiro é o que podemos chamar de diamante entre os cascalhos, isso porque só valoriza seu talento quem de fato ama essa incrível arte.

No início de sua prodigiosa carreira enfrentou inúmeras dificuldades, mas com seu espírito espartano, seguiu em frente, acreditando que o verdadeiro vencedor é forjado no calor intenso da batalha.

Em 2008 ganhou o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa.

Autor de diversos livros como “Sargento Getúlio”, “O sorriso dos lagartos”, “A casa dos budas ditosos” e “Viva o povo brasileiro”. Ganhador de dois prêmios Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1972 e 1984, como o Melhor Autor "Sargento Getúlio" e Melhor Romance do Ano ‘Viva o povo brasileiro".

Formou-se em bacharel em Direito, em 1962, pela Universidade Federal da Bahia, sem se quer advogar. Sua paixão era mesmo a literatura.

Como jornalista, trabalhou nas funções de repórter, redator, chefe de reportagem e colunista do Jornal da Bahia, além de editorialista, editor-chefe e colunista do jornal Tribuna da Bahia.

Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), onde foi eleito em 7 de outubro de 1993, para a cadeira de nº 34, O João escritor, risonho, amigo e amante da vida, deixará saudades.

Como disse o escritor e psiquiatra Augusto Cury: "Todos nós somos insubstituíveis". Portanto, jamais existirá um JOÃO UBALDO RIBEIRO, o mestre da arte de escrever, de criar, de sonhar..., aquele que brincava de

desenhar palavras em forma de sentimento e vida...

Ao João Ubaldo, eu diria: perdemos um grande escritor. Ao escritor, porém, digo: Você continuará para sempre vivo em nossas lembranças, através de seus escritos!

Obrigado por tudo, amigo!