O Parque da Cidade
"O que é sério nem sempre é verdade"
Lord Beaconsfield
Talvez alguém que esteja me lendo não faça ideia que tenho alguns leitores e leitoras. São poucos, é verdade, mas ainda sou lido. E hoje, justamente no dia do amigo, um amigo me telefonou, ou melhor, me mandou um whatsApp.E dizia: -“ você não fala mais do Rio de Janeiro?”
Ponderei que o Rio não é mais aquele do meu tempo de rapaz e as notícias atuais não são boas, etc., etc. Mas o amigo insistiu dizendo que eu não havia mencionado todas as maravilhas da cidade maravilhosa.
Realmente, o amigo tinha razão e por coincidência eu estava pensando muito no Parque da Cidade, lá na Gávea. Incrível, mas poucos cariocas conhecem ou já foram a esse Parque. Liguei para minha irmã (estava já esquecido do trajeto para chegar ao Parque) e ela gentilmente me deu o caminho. Tinha que pegar a rua principal da Gávea, rua Marquês de São Vicente. Eu deveria ir até o fim da rua seguir a seta indicativa do Parque, indo pela direita da pista. Disse a ela, que se surpreendeu, que fui muitas vezes sozinho àquele Parque e me deitava na relva, entrando em êxtase com o esplendor da paisagem. Era lá que achava o fio de Ariadne e conseguia sair do labirinto em que a vida muitas vezes nos joga. Minha irmã, ao final da ligação telefônica, me alertou: - “Agora não vá mais sozinho, é perigoso, mesmo que você ache o fio dessa Ariadne”.
Rimos bastante e pude informar à minha irmã que se tratava de um mito grego. Ariadne havia se apaixonado pelo Teseu, que se encontrava perdido no labirinto do Minotauro. E o único modo do nosso herói sair do labirinto era seguir o fio que Ariadne lhe entregava. Nem sei se estou bem lembrado desse mito, o importante é saber que os mitos gregos nos ajudam a entender a vida, os humanos e os deuses daquela época.
Mas como eu ia dizendo, por uma questão de amizade atendo meu amigo e menciono nesta crônica o Parque da Cidade. Pena que não posso publicar as várias paisagens deslumbrantes do Parque. Quero dizer ao amigo que o Rio de Janeiro tinha uma elegância invisível aos olhos, mas todos sentiam o prazer de viver nela, havia alegria autêntica, amor exalando por todos os poros. O dia seguinte nunca era insípido. Tudo isso evaporou-se com o crescimento desordenado da cidade. Precisamos inventar um outro mito, com uma Ariadne mais poderosa e um fio de aço para a cidade sair deste terrível labirinto.
Para concluir, meus amigos e amigas, por felicidade encontrei-me hoje de manhã, em um bar da cidade (havia entrado para ir ao mictório), com antigo companheiro carioca.
Sintam agora o que era a cidade do Rio de Janeiro. O companheiro me viu, deu um grito de amor puro, desinteressado, e me abraçou vivamente. O abraço durou meia hora.
Ponderei que o Rio não é mais aquele do meu tempo de rapaz e as notícias atuais não são boas, etc., etc. Mas o amigo insistiu dizendo que eu não havia mencionado todas as maravilhas da cidade maravilhosa.
Realmente, o amigo tinha razão e por coincidência eu estava pensando muito no Parque da Cidade, lá na Gávea. Incrível, mas poucos cariocas conhecem ou já foram a esse Parque. Liguei para minha irmã (estava já esquecido do trajeto para chegar ao Parque) e ela gentilmente me deu o caminho. Tinha que pegar a rua principal da Gávea, rua Marquês de São Vicente. Eu deveria ir até o fim da rua seguir a seta indicativa do Parque, indo pela direita da pista. Disse a ela, que se surpreendeu, que fui muitas vezes sozinho àquele Parque e me deitava na relva, entrando em êxtase com o esplendor da paisagem. Era lá que achava o fio de Ariadne e conseguia sair do labirinto em que a vida muitas vezes nos joga. Minha irmã, ao final da ligação telefônica, me alertou: - “Agora não vá mais sozinho, é perigoso, mesmo que você ache o fio dessa Ariadne”.
Rimos bastante e pude informar à minha irmã que se tratava de um mito grego. Ariadne havia se apaixonado pelo Teseu, que se encontrava perdido no labirinto do Minotauro. E o único modo do nosso herói sair do labirinto era seguir o fio que Ariadne lhe entregava. Nem sei se estou bem lembrado desse mito, o importante é saber que os mitos gregos nos ajudam a entender a vida, os humanos e os deuses daquela época.
Mas como eu ia dizendo, por uma questão de amizade atendo meu amigo e menciono nesta crônica o Parque da Cidade. Pena que não posso publicar as várias paisagens deslumbrantes do Parque. Quero dizer ao amigo que o Rio de Janeiro tinha uma elegância invisível aos olhos, mas todos sentiam o prazer de viver nela, havia alegria autêntica, amor exalando por todos os poros. O dia seguinte nunca era insípido. Tudo isso evaporou-se com o crescimento desordenado da cidade. Precisamos inventar um outro mito, com uma Ariadne mais poderosa e um fio de aço para a cidade sair deste terrível labirinto.
Para concluir, meus amigos e amigas, por felicidade encontrei-me hoje de manhã, em um bar da cidade (havia entrado para ir ao mictório), com antigo companheiro carioca.
Sintam agora o que era a cidade do Rio de Janeiro. O companheiro me viu, deu um grito de amor puro, desinteressado, e me abraçou vivamente. O abraço durou meia hora.