O BECO

Num bairro rico, a criançada brinca feliz em frente as suas casas.

O sol beijando o horizonte despede-se do dia, que é lindo como o quê.

Pássaros coloridos voam rasantes com seu canto avisam que a noite vem chegando.

Num contraste, do outro lado da cidade, num beco esquecido, o esgoto aberto serve de abrigo a sapos, ratos e centenas de mosquitos.

A molecada esquelética e maltrapilha, com os pés no chão, voltam cansadas do lixão, onde foram procurar um pedaço de pão.

Neste lado não existe beleza.

As aves que aqui voam, são aves de rapina.

Aquelas que limpam e livram a natureza da carniça.

Como poderá crescer uma criança que não tem tempo de admirar a beleza?

Ela está sempre tão ocupada, disputando com os urubus uma migalha de alimento no meio do lixão fedorento.

Zulema Costa Mello
Enviado por Zulema Costa Mello em 18/07/2014
Código do texto: T4887145
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