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CONSTRUÇÃO
Quando fiquei órfã, adotei-me. Descobri que tinha braços e pernas fortes. Pisei firme no chão e abri os braços para acolher a felicidade. Agora, sabia, era somente eu comigo. Se errasse eu mesma me daria o necessário castigo. E não sou de amaciar. Então, não havia escolha. E foram tantas as aventuras. O mundo era meu corretivo. Tropecei algumas vezes, mas muito mais me ergui. Se não tinha a quem dar satisfação, mais responsável me sentia. Exigia-me perfeição. Quando chorava era para dentro, deixando minha alma lavada. Somente eu sovava o pão que comia. Calejei o corpo e me vesti de cetim, certa de merecer a um e a outro. Hoje, se escorrego em olhar para o passado, vejo o futuro brilhante que construí.