AS DORES DE FRIDA KAHLO

Retratos do cotidiano de Frida Kahlo estarão em exposição no MON (Museu Oscar Niemeyer), em Curitiba, de 17 de julho a 02 de novembro próximos. São fotos feitas por seu pai, Guillermo Kahlo, com as quais expressou momentos da intimidade de Frida e de quem ela afirmou ser “um grande exemplo de ternura, de trabalho e compreensão de seus problemas.”

A primeira vez que procurei saber sobre Magdalena Carmen Frida Kahlo Y Calderón, foi quando caiu-me diante dos olhos uma frase dela, que chamou-me a atenção pela originalidade e até pela, digamos, sinceridade expressa em suas palavras.

A frase levou-me a Frida Kahlo e esta levou-me a conhecer suas obras. Logicamente, antes de falar delas e, principalmente, de sua vida, transcrevo a tal frase que me conduziu a conhecê-la e admirá-la. Eis, então, a isca atraente: “Bebi porque queria afogar minhas mágoas, mas agora as coisas malditas aprenderam a nadar.”

Óbvio que outros já disseram coisas parecidas, entretanto, não deixava de ser algo interessante na boca de uma mulher que nascera em 1907. Eu quis saber mais sobre essa mexicana que começou a pintar aos 18 anos, e que, por intermédio da pintura, conseguia fugir de intensas dores causadas por um acidente de ônibus, que lhe amputara uma perna a deixara acamada por meses.

Nas leituras que busquei sobre Frida, encontrei frases mais amenas e tão intensas quanto e que me mostraram a grandeza de um espírito que se vê tolhido de andar e encontra razões para continuar a vida dentro de sua arte. Então, enfrentou a própria tragédia dizendo a si mesma que não precisava de pés, pois tinha asas para voar.

Não por acaso, caiu-me nas mãos um trabalho a respeito da artista e, inspirada por sua tela “As duas Fridas”, escrevi um poema, ao qual dei o título de Os corações de Frida.

Com fraturas variadas em diversas partes do corpo, Kahlo aprendeu a conviver com a dor física e com a dor da alma, dores estas que se tornaram alavancas para que passasse a pintar telas cujos temas eram ela própria. Por isso, afirmou que não pintava sonhos ou pesadelos, pintava sua realidade e que fazia autorretratos, porque era ela a pessoa a quem mais conhecia.

Casou-se aos 22 anos com o também pintor mexicano Diego Rivera, famoso no México e 20 anos mais velho. Foi um casamento tumultuado e instável. Sabe-se que viveram uma grande paixão, todavia, mesclada por sérias brigas motivadas pela infidelidade de Diego. Infidelidade que foi correspondida por ela, em cuja lista de amores consta Léon Trotsky, intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho e rival de Stalin.

Por três anos, Diego Rivera e Frida viveram nos Estados Unidos e ela chegou a afirmar que houve dois grandes acidentes em sua vida: o do ônibus e Diego, sendo ele o pior.

Em suas telas, Frida Kahlo pintava com cores fortes e vivas paisagens mortas e cenas imaginárias, pintou fatos de sua vida, muitas vezes chocantes e temas pouco ortodoxos. Considerada pintora mexicana importante do século XX, embora tivesse tendências surrealistas, não aceitava quando lhe atribuíam essa tendência, pois como fora acima mencionado, ela dizia que não pintava sonhos, mas a própria realidade.

Defendeu a cultura asteca buscando afirmar a identidade nacional, vestindo-se com roupas coloridas, motivos indígenas, joias e flores nos cabelos, focando temas do folclore e da arte popular. Militante política, defendia seu país acima de tudo.

Embora com a saúde debilitada, pelo número excessivo e cirurgias e internações, fez sua primeira exposição solo no México em 1953, e fez questão de ir ao evento, acamada, levada por uma ambulância.

Morreu na casa onde nasceu e onde hoje funciona o Museu Frida Kahlo. Resumiu sua existência da seguinte forma: “Pintar completou minha vida, perdi três filhos e uma série de outras coisas que teriam preenchido minha vida pavorosa. Minha pintura tomou o lugar de tudo isso. Creio que trabalhar é o melhor.”

Visitar essa exposição, portanto, é entrar em contato com a beleza da arte e a forte sensação de uma vida marcada pelas dores. ''E a sensação nunca mais me deixou, de que meu corpo carrega em si todas as chagas do mundo. “ (Frida Kahlo).

www.suapesquisa.com/quemfoi/frida_kahlo.htm - Acesso\: 15.-7.2014

http://www.mensagenscomamor.com/frases-de-famosos/frases_frida_kahlo.htm. Acesso: 15.07.2014

Dalva Molina Mansano

15.7.2014

19:44

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 15/07/2014
Reeditado em 17/07/2014
Código do texto: T4883355
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