SE DEUS ERA BONZINHO, QUEM CRIOU O MAL?

E no princípio, tudo era só paz e amor. Deus havia criado tudo. Tudo o quanto havia entre céu e terra era obra da criação divina.

A paz, o amor, a saúde, a felicidade,a alegria e assim por diante.

Não havia espaço para o mal na existência porque simplesmente o mal não existia. Ou pelo menos ele não foi criado por Deus. Porque tudo aqui corria sob as ordens do Criador.

De repente, no meio de tantos louvores e adoração, surgia a inveja. Um dos anjos, talvez o mais bonito dentre eles, quis ser deus. A inveja brotou neste anjo de luz chamado Lúcifer. E então, de onde veio esse sentimento de inveja, de rebeldia, de ambição, se esses sentimentos não foram criados pelo Criador?

Santo Agostinho afirma que o mal não existe. O mal seria simplesmente a ausência do bem, assim como a escuridão, por si só não existe, sendo ela a caracterização da falta de luz. Portanto, o mal não existe,seria somente a falta do bem. Ao invés de praticar o bem, as pessoas praticam o mal, mas, segundo Santo Agostinho, o mal não existe. Ele seria apenas algo subjetivo, surreal. Se o mal não existe, como, então, ele pode ser praticado?

Porém, se alguém deixa de fazer um carinho em outro alguém e lhe aplica uma bofetada, esta cometendo uma agressão. Esta agressão seria a ausência de um ato amável, amoroso, mas não seria o mal, porque o mal não existe, Deus não o criou. Em nenhum canto da Bíblia se encontra imperfeição no ato de criação divina. Mas a ambição de Lúcifer existiu. Tanto existiu que ele foi punido com o cativeiro eterno. Alegam alguns que o mal é tudo obra do Anjo do Mal, mas esse anjo foi uma criação divina! Dizem outros que Adão e Eva pecaram porque desobedeceram às ordens divinas no Jardim do Éden. Mas quem criou os homens criaria, juntamente com eles, a desobediência? Quem criou um anjo de luz criaria também nele a rebeldia e a ambição pelo poder?

Será que um advogado conseguiria a absolvição do agressor sob alegação de que o mal não existe?

Se o mal não existe, então ninguém pode ser condenado por praticar aquilo que não existe. Seria o agressor condenado por não ter praticado o bem, cuja ausência caracteriza a suposta “existência” do mal?

Partindo desta premissa, o ódio seria a ausência do amor e quem não ama seria condenado por omissão, pelo fato de não amar e não por odiar, já que o ódio não existe?

Já que não sei as respostas, contento-me em fazer as perguntas.

Pior que as ausências percebidas são as presenças que não serão sentidas!

Jonas De Antino
Enviado por Jonas De Antino em 15/07/2014
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