A queda do Herói (cronica politica sobre a copa)
No dia 8 de julho de 2014,quarta feira, no estádio Mineirão em Belo horizonte não se ouviu “[...]]De um povo heróico o brado retumbante[...] (Joaquim Osório Duque Estrada).”De repente, do riso fez-se o pranto [...],E dos olhos desfez a última chama, E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama [...]]mas “De repente, não mais que de repente”,(Vinicius de Moraes) descerrou-se mais um confronto, entre os que são e os que não são, se são é por que acreditam ser, e se não são é por que se crê ser impossível ser, neste impasse inevitavelmente razão e coração caminham em direções opostos e reduz-se ao trágico e o cômico.
Se por um lado espera-se a salvação que será sempre a força bruta dos pés daqueles dos quais nem sempre vem, vulgos heróis a moda de carlyle, por outro lado o exemplo, a expressão homogênea compacta das mais nobres civilidades.
A derrota inevitável nos campos e na alma, nossa seleção é sem rosto, um legitimo man, e somos um dos resultados mais autentico, bem sucedidos e orgulhosos projetos de lassez faire, que balouça em face do intenso clamor social, e o gigante, monstrengo, não mais dorme em berço esplendido, mas desaba em queda livre e sem qualquer auxilio. Diante do homem do leme que tremeu, e disse:[...]]«Aqui ao leme sou mais do que eu:Sou um povo que quer o mar que é teu[...]!» (Fernando Pessoa)
E agora, José? 12 de julho de 2014, sábado, no Estádio Nacional de Brasilia,“A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu,[...]]você marcha, José! José, para onde?”(Carlos Drummond de Andrade) Começa-se a caça as bruxas, a crucificação, e culpa-se: o presidente, o dirigente, o treinador, e os super-heróis todos, visíveis e invisíveis, faltou gol, faltou pênaltis, sobrou indignação, alguém tem que pagar as contas, ou como diria Raul Seixas“Todos os caminhos são iguais O que leva à glória ou à perdição”.
Os caudilhos locais fracassaram, e a 13 de julho de 2014, Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, “surgiu, brilhante [...]] Um enorme zepelim [,,,] A cidade apavorada Se quedou paralisada Pronta pra virar geléia Mas do zepelim gigante Desceu o seu comandante Dizendo [...]] posso evitar o drama – Se aquela formosa dama – Esta noite me servir., Joga pedra na Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir”.(Chico Buarque).
E “esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal” (Chico Buarque e Ruy Guerra)