Da multidão de palavras e a lição por meio dos tomates
Por anos a fio venho “lutando” contra ervas daninhas nos 260m2 do meu quintal. Do trabalho braçal ao uso de herbicidas (com grande culpa por estar envenenando o ambiente!) a lida é constante e o gasto financeiro também. Mas, para acalmar a consciência, reflito que colaboro com a natureza uma vez que são 260m2 de terra que infiltram as águas pluviais e colaboram para a não ocorrência de enchentes. Entretanto, o quintal na maior parte do tempo permanece feio! Incômodo visual! Até que um dia, sem paciência (e sou uma pessoa difícil de perder a paciência!) esbravejei: “Por que, ao invés de nascerem essas pragas, não nascem pés de alface, rúcula, couve, tomates? Olhem só, tudo tão verdinho e sem nenhuma serventia! Nem precisam de chuva para crescerem e alastrarem por todo o espaço!” e depois do desabafo a vida continuou. Saio para trabalhar às 6:30h e retorno às 17:30h, portanto, sem muito tempo para observar em detalhes o verde doméstico. Algum tempo depois do meu nervosismo, a minha nora Cristiane chama a minha atenção para algo novo: no meio das pragas, numa terra seca e dura, sem nenhum adubo, sem nenhum cuidado, havia um pé de tomates! Sim, senhor! Sim, senhora! Um pé de tomates, já com 3 frutos, um deles quase maduro, lindos, sem nenhuma manchinha, perfeitinhos! O que pensar? Entendi o recado, Senhor! O Senhor criou os Céus e a Terra e sabe muito bem o que faz! Se acha por bem que nasçam ervas daninhas em meu quintal, que nasçam! Quanto a mim, tomarei mais cuidado com as palavras, porque é na multidão de palavras que se peca contra o Criador. “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a Terra; assim sejam poucas as tuas palavras.” Eclesiastes 5:2-3.