BOLO DE GENTE
Será que somente eu lembrava de uma forma de bolo toda vez que mostravam estádios vistos de cima? Claro que me refiro àqueles estádios normais, com formato arredondado como as bolas de futebol usadas até hoje nas copas do mundo. Claro que me refiro àqueles estádios como o Maracanã, como o Castelão, como o Mineirão, e a Arena Amazônia.
Esses estádios sempre me passavam a sensação de formas gigantes, de onde sairia um bolo de gente com diversas possibilidades de emoção. Para quem provasse do bolo, vários sabores poderiam ser sentidos: tristeza, alegria, decepção, orgulho, humildade. mas sempre emoções muito fortes.
Como ingredientes nunca faltavam grande quantidade de gente apaixonada por futebol ou por seus países, muita criatividade , duas seleções e uma bola. E como cozinheiro desse bolo de gente, um juiz. Deste último muito dependia o resultado, pois por diversas vezes, mesmo com os melhores ingredientes, o cozinheiro se distraía e o bolo não saía como normalmente deveria sair, causando emoções e sabores que não agradava nem aos mais fominhas do futebol do mundo.
Mesmo aqueles estádios mais novos, com formatos extravagantes, mas nem por isso menos bonitos, como o Itaquerão , por exemplo, com seu formato mais quadrilátero, me fez esquecer a ideia do bolo de gente. Poderia ser comparado a uma assadeira, gigante assadeira, palco de jogos que realmente pegaram fogo.
De uma forma ou de outra, com forma ou assadeira, a copa 2014 no Brasil , acabou. A produção foi grande, jornalistas compondo a imprensa global contribuíram, fizeram a divulgação das receitas de diversos bolos de gente, em um intercambio de culturas que trouxeram sabores doces e amargos a diversos expectadores. Você deve ter provado desse bolo também. espero que tenha sentido um bom sabor e diferente desse amargo final que travou na garganta do povo brasileiro.